Paul Krugman elogia Pix, chama de 'futuro do dinheiro' e diz que Brasil é líder em inovação
Krugman diz que EUA estão "presos a interesses" e não conseguem replicar sucesso do sistema brasileiro; economista ainda alfinetou a Justiça americana

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O economista americano Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, dedicou sua coluna desta terça-feira (22) a elogiar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil.
No artigo intitulado "O Brasil inventou o futuro do dinheiro?", Krugman classifica a ferramenta como um sucesso global e um exemplo que os Estados Unidos, no entanto, provavelmente não conseguirão seguir.
O elogio acontece em um momento de alta tensão diplomática, no qual o próprio Pix se tornou um dos alvos de uma investigação comercial aberta pelo governo do presidente americano, Donald Trump, contra o Brasil.
"Brasil é líder em inovação"
Krugman afirma que, embora muitos não vejam o Brasil dessa forma, o país se tornou um "líder em inovação financeira" graças ao Pix. Ele compara o sistema brasileiro com o americano Zelle, destacando que o Pix é "muito mais fácil de usar", mais rápido e com um alcance massivo, sendo utilizado por 93% dos adultos brasileiros.
O Nobel ressalta que o Pix alcançou o que as criptomoedas apenas prometeram: baixos custos de transação e inclusão financeira real. "Não posso deixar de notar que o Pix está, de fato, alcançando o que os defensores das criptomoedas alegaram, falsamente, ser capaz de oferecer", escreveu.
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Críticas aos EUA e alfinetada política
Para o economista, os EUA não terão um sistema como o Pix por dois motivos: o forte lobby do setor financeiro privado, que não quer a concorrência de um sistema público superior, e a ideologia da direita americana, que, segundo ele, "jamais admitirá que um sistema de pagamentos operado pelo governo possa ser melhor".
Krugman também fez uma crítica política contundente, comparando os dois países: "A economia política do Brasil é 'claramente muito diferente' da exercida nos EUA. Por exemplo, eles realmente levam ex-presidentes que tentam anular eleições a julgamento", escreveu, em uma clara alusão a Jair Bolsonaro e Donald Trump.