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Marisqueiras quilombolas lançam coleção de biojoias e peças em crochê hiperbólico na Fenearte 2025

As peças são tecidas com a técnica do crochê hiperbólico, baseada em conceitos matemáticos de superfícies curvas, trazendo um movimento orgânico

Por Zayra Pereira Publicado em 04/07/2025 às 16:26

Marisqueiras quilombolas da Povoação de São Lourenço, em Goiana, no litoral norte de Pernambuco, laçam uma coleção de peças a partir de crochê hiperbólico e joias em materiais naturais, nesta quarta-feira (9), na 25° Fenearte.

Com o crochê hiperbólico e biojoias, as artesãs expõem sua cultura arte e tradição. As peças serão expostas na Feira até o dia 20 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda

Tradição local

Entre a Zona da Mata e o litoral, a cerca de 66 km do Recife, São Lourenço é uma comunidade quilombola reconhecida desde 2005 pela Fundação Cultural Palmares.

Com cerca de 300 famílias, a maioria vive da pesca artesanal e da coleta de mariscos, atividades que moldaram gerações e que hoje inspiram cores, texturas e formas das criações artesanais, transformando o que é recolhido da natureza em beleza e sustento.

A coleção 2025 apresenta o frescor do litoral e a sofisticação de um design sustentável, com bolsas que parecem ondular como o mar, brincos que ecoam o formato dos búzios e lamparinas cuja luz remete às noites tranquilas nas praias de Carne de Vaca, Atapuz e Ponta de Pedras.

As artes são tecidas com a técnica do crochê hiperbólico, baseada em conceitos matemáticos de superfícies curvas, que confere às peças um movimento orgânico, quase vivo.

Anderson George/ Divulgação
Imagem de joia em crochê hiperbólico produzido por mulheres quilombolas da Povoação de São Lourenço, em Goiana - Anderson George/ Divulgação

“Foi nosso maior desafio e também nossa maior alegria. O crochê hiperbólico nos ensinou a pensar o fio como água, a dar movimento ao que antes era rígido”, diz Cecília Gouveia, uma das líderes do coletivo, com o olhar brilhando de orgulho.

Sustentabilidade no recolhimento

A matéria-prima vem de um território de biodiversidade abundante, com conchas, búzios, cascas de marisco e pequenas pedras recolhidos com consciência pelas artesãs, respeitando o tempo das marés e o ciclo da vida marinha.

Ao todo, 17 espécies de moluscos compõem as biojoias e acessórios, que não só adornam, mas também carregam histórias de pertencimento e cuidado com o planeta.

Anderson George/ Divulgação
Imagem de biojoia produzido por mulheres quilombolas da Povoação de São Lourenço, em Goiana - Anderson George/ Divulgação

O trabalho das marisqueiras já chamou a atenção na Fenearte de 2024, quando surpreenderam o público com um desfile que usava pontos de rede de pesca para confeccionar roupas e bolsas. Este ano, elas voltam ainda mais fortes, consolidando-se como referência em inovação artesanal e economia circular.

A expectativa é de um crescimento de 25% no faturamento em relação ao ano passado – uma projeção que reflete o reconhecimento crescente de um trabalho onde tradição e inovação caminham lado a lado.

A nova coleção, produzida pelas artesãs Cecilia Gouveia, Iara Cardoso, Conceição Cruz e Ana Maria, estará à venda na Rua 5, no estante da Loja MAPE — Moda Autoral de Pernambuco.

Serviço

O quê: Marisqueiras quilombolas lançam coleção de biojoias com crochê hiperbólico na Fenearte 2025

Quando: De 9 a 20 de julho de 2025

Onde: Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda

Ingressos: À venda no site oficial e na bilheteria do evento

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