Marisqueiras quilombolas lançam coleção de biojoias e peças em crochê hiperbólico na Fenearte 2025
As peças são tecidas com a técnica do crochê hiperbólico, baseada em conceitos matemáticos de superfícies curvas, trazendo um movimento orgânico

Marisqueiras quilombolas da Povoação de São Lourenço, em Goiana, no litoral norte de Pernambuco, laçam uma coleção de peças a partir de crochê hiperbólico e joias em materiais naturais, nesta quarta-feira (9), na 25° Fenearte.
Com o crochê hiperbólico e biojoias, as artesãs expõem sua cultura arte e tradição. As peças serão expostas na Feira até o dia 20 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda
Tradição local
Entre a Zona da Mata e o litoral, a cerca de 66 km do Recife, São Lourenço é uma comunidade quilombola reconhecida desde 2005 pela Fundação Cultural Palmares.
Com cerca de 300 famílias, a maioria vive da pesca artesanal e da coleta de mariscos, atividades que moldaram gerações e que hoje inspiram cores, texturas e formas das criações artesanais, transformando o que é recolhido da natureza em beleza e sustento.
A coleção 2025 apresenta o frescor do litoral e a sofisticação de um design sustentável, com bolsas que parecem ondular como o mar, brincos que ecoam o formato dos búzios e lamparinas cuja luz remete às noites tranquilas nas praias de Carne de Vaca, Atapuz e Ponta de Pedras.
As artes são tecidas com a técnica do crochê hiperbólico, baseada em conceitos matemáticos de superfícies curvas, que confere às peças um movimento orgânico, quase vivo.
“Foi nosso maior desafio e também nossa maior alegria. O crochê hiperbólico nos ensinou a pensar o fio como água, a dar movimento ao que antes era rígido”, diz Cecília Gouveia, uma das líderes do coletivo, com o olhar brilhando de orgulho.
Sustentabilidade no recolhimento
A matéria-prima vem de um território de biodiversidade abundante, com conchas, búzios, cascas de marisco e pequenas pedras recolhidos com consciência pelas artesãs, respeitando o tempo das marés e o ciclo da vida marinha.
Ao todo, 17 espécies de moluscos compõem as biojoias e acessórios, que não só adornam, mas também carregam histórias de pertencimento e cuidado com o planeta.
O trabalho das marisqueiras já chamou a atenção na Fenearte de 2024, quando surpreenderam o público com um desfile que usava pontos de rede de pesca para confeccionar roupas e bolsas. Este ano, elas voltam ainda mais fortes, consolidando-se como referência em inovação artesanal e economia circular.
A expectativa é de um crescimento de 25% no faturamento em relação ao ano passado – uma projeção que reflete o reconhecimento crescente de um trabalho onde tradição e inovação caminham lado a lado.
A nova coleção, produzida pelas artesãs Cecilia Gouveia, Iara Cardoso, Conceição Cruz e Ana Maria, estará à venda na Rua 5, no estante da Loja MAPE — Moda Autoral de Pernambuco.
Serviço
O quê: Marisqueiras quilombolas lançam coleção de biojoias com crochê hiperbólico na Fenearte 2025
Quando: De 9 a 20 de julho de 2025
Onde: Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda
Ingressos: À venda no site oficial e na bilheteria do evento
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