Após ser preso em operação, policial militar tenta fugir de viatura e é morto em Caruaru
Militar reformado era suspeito de comandar uma fábrica clandestina de armas de fogo e munições vendidas para organização criminosa
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Um policial militar reformado, preso durante operação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nesta quinta-feira (4), foi morto após tentar fugir da viatura policial na BR-232, em Caruaru, no Agreste. Segundo as investigações, ele é suspeito de comandar uma fábrica clandestina de armas de fogo e munições vendidas para uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas.
O militar morto não teve o nome divulgado. Segundo as primeiras informações, após ser preso ele foi encaminhado à delegacia, onde prestou depoimento. Depois foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para exames de corpo de delito. Ao sair do local, a viatura parou para abastecer, na BR-323. Foi nesse momento em que ele tentou fugir e acabou baleado.
O PM chegou a ser levado para o Hospital Regional do Agreste, mas não resistiu aos ferimentos.
OPERAÇÃO DO MPPE
O inquérito que resultou na operação é conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Na operação Eneida, como está sendo chamada, foram cumpridos 23 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária e 12 de busca e apreensão, nos municípios de Caruaru e Bezerros, ambos no Agreste de Pernambuco, e em Teresina, no Piauí.
Segundo o MPPE, o grupo desarticulado atuava de forma interestadual como distribuidor "atacadista" de drogas, coordenando o armazenamento e o abastecimento de pontos de venda na região onde atuava, além de operar um fluxo de compra, venda e manutenção de armamentos e munições.
A coluna Segurança apurou que há indícios de que o grupo tenha ligação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em Caruaru, a operação também prendeu um policial militar da ativa. Segundo a investigação, ele agia como informante do grupo, "vazando dados sigilosos de operações policiais para alertar os líderes do tráfico sobre ações de inteligência em andamento".
O material apreendido na fábrica clandestina mantida pelo PM da reserva foi encaminhado para perícia.
Mais cedo, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ivanildo Torres, declarou que a Corporação "não compactua com desvios de conduta e sempre colaborará com as investigações, preservando a legalidade e o compromisso com a sociedade".
CRIMES ATRIBUÍDOS AOS INVESTIGADOS
Os crimes investigados são de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional.