Justiça marca júri popular de policial penal acusado de matar professor de dança em Olinda

Segundo investigação, Claudomerisson José do Nascimento atirou em Marlon de Melo após briga de trânsito. Ele sentará no banco dos réus em novembro

Por Raphael Guerra Publicado em 14/08/2025 às 10:55 | Atualizado em 14/08/2025 às 10:57

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A justiça marcou a data do júri popular do policial penal Claudomerisson José do Nascimento, de 55 anos. Ele é acusado de matar o professor de dança Marlon de Melo de Freitas da Luz, 31, durante briga de trânsito em Olinda, no Grande Recife. 

Claudomerisson sentará no banco dos réus em 17 de novembro deste ano. A sessão de julgamento tem início previsto para 9h, na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda. Sete jurados vão decidir se o policial penal deve ou não ser condenado por  homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de arma de fogo e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). 

Na decisão de levar o policial penal a júri popular, a juíza Carolina de Almeida Pontes de Miranda destacou que "dentre os vários depoimentos prestados em juízo, as testemunhas relataram que, segundo tiveram conhecimento, o caso não se tratou de uma tentativa de assalto, mas sim de uma discussão de trânsito que resultou na morte da vítima". 

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), as investigações da polícia indicaram que o crime ocorreu na manhã de 4 de maio de 2024, na Avenida Antônio da Costa Azevedo, no bairro de Peixinhos.

Durante a discussão, a vítima teria xingado o acusado. Uma câmera de segurança gravou imagens e áudios da confusão, ajudando a polícia a esclarecer o caso. A gravação ainda mostrou o momento em que o policial penal aparece fugindo do local com a arma de fogo na cintura.

Marlon foi baleado no tórax e no braço. O primeiro tiro perfurou o pulmão e se alojou na coluna dele. Após quatro dias internado, o professor faleceu no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Marlon deixou esposa e uma filha de 7 anos.

O policial penal segue preso preventivamente aguardando o julgamento. 

 

POLICIAL PENAL ALEGOU QUE HOUVE TENTATIVA DE ASSALTO

Segundo relatos de amigos e familiares, Marlon havia encerrado uma aula e voltava para casa de moto quando o crime ocorreu. O policial penal deu outra versão à polícia.

No mesmo dia em que atirou na vítima, ele se dirigiu até o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Ele prestou uma queixa contra a vítima, alegando que teria sofrido uma tentativa de assalto e que agiu em legítima defesa.

Mas a análise das câmeras de segurança derrubou a versão. Quatro dias depois, diante da repercussão do caso, Claudomerisson se apresentou na 9ª Delegacia de Homicídios, permaneceu em silêncio no depoimento, teve a arma de fogo apreendida e foi liberado. Posteriormente, ele foi preso. 

Claudomerisson atuava como policial penal na Paraíba.

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