Após mortes de detentos, diretor de novo presídio no Recife é substituído
Com pouco mais de três meses de ocupação, o Presídio Policial Penal Leonardo Lago, no Complexo Prisional do Curado, já somou dois homicídios

Após o registro do segundo assassinato de detento, o Presídio Policial Penal Leonardo Lago, que faz parte do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, passa por mudanças. O diretor da unidade, Rodrigo Luiz de Oliveira, foi substituído nesta segunda-feira (30).
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (Seap) ainda não se pronunciou oficialmente. Mas desde a última sexta-feira o burburinho começou a crescer sobre a possibilidade da troca de gestores, diante das mortes ocorridas com pouco mais de três meses do início da ocupação da nova unidade.
Na última quarta-feira (25), a vítima foi o detento Jailson Paixão Nascimento Filho, de 29 anos. De acordo com a polícia, ele foi morto asfixiado por um lençol numa cela do pavilhão "E". Dois colegas confessaram o crime e foram autuados em flagrante por por homicídio. O caso segue sob investigação.
No dia 22 de maio, Otacílio Alves Frutuozo morreu após receber um "mata-leão" e ter um pano colocado na boca, impedindo a respiração dele. Os sete colegas de cela foram autuados. Denúncia do Ministério Público indicou que o grupo cometeu o crime porque queria ser transferido para outra unidade. Eles estariam insatisfeitos com as regras rigorosas no novo presídio.
HÁ RIGOR, MAS FALTAM POLICIAIS
Segundo a gestão estadual, o novo presídio tem área de 9,5 mil metros quadrados, com cinco pavilhões, cada um com 24 celas. O custo total foi de R$ 84,8 milhões nas obras. Há capacidade para 954 presos, mas atualmente conta com cerca de 670.
Há proibição da figura dos chaveiros e de cantinas na unidade, o que tem gerado insatisfação entre as pessoas que cumprem pena. Mas faltam ainda policiais penais suficientes para impedir ações criminosas como as duas mortes que ocorreram em um espaço de pouco mais de um mês.
O número de policiais penais em todo o sistema prisional de Pernambuco segue muito abaixo do esperado, enquanto há 634 - já formados - aguardando as nomeações.