Após 100 implantes de válvula por cateter, Imip se firma como referência no SUS
Procedimento substitui a válvula aórtica sem abrir o tórax e representa um avanço histórico para pacientes idosos e inoperáveis
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O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) alcançou na semana passada um marco histórico na assistência cardiovascular pelo Sistema Único de Saúde (SUS): a realização do 100º TAVI, sigla para implante transcateter de prótese valvar aórtica, um dos procedimentos mais modernos e complexos da cardiologia intervencionista.
Considerada uma revolução no tratamento das doenças valvares, o TAVI permite substituir a válvula aórtica por meio de um cateter introduzido pela artéria femoral, dispensando a cirurgia tradicional de tórax aberto.
“Esse método minimamente invasivo é fundamental sobretudo para pacientes idosos e de alto risco cirúrgico”, explica o cirurgião cardiovascular do Imip, Cristiano Berardo.
Pioneirismo
No Brasil, apenas um número restrito de hospitais é credenciado pelo Ministério da Saúde para realizar o TAVI pelo SUS. O Imip está entre os pioneiros, sendo autorizado a operar pacientes acima de 75 anos considerados inoperáveis, ou seja, pessoas que não podem ser submetidas à cirurgia cardíaca convencional devido ao elevado risco de complicações.
“Graças à TAVI, muitos desses pacientes puderam retornar precocemente para casa e recuperar sua qualidade de vida”, destaca Berardo. O tempo de internação costuma ser menor, assim como o período de reabilitação, o que traz impacto significativo para o bem-estar dos pacientes e para o próprio sistema de saúde.
O que é TAVI? Entenda o procedimento
O TAVI é indicado principalmente para casos graves de estenose aórtica, condição em que a válvula aórtica se torna rígida e estreita, dificultando a saída do sangue do coração. Sem tratamento, a doença pode causar falta de ar, desmaios, insuficiência cardíaca e até morte súbita.
Como funciona
- Um cateter é introduzido geralmente pela artéria femoral;
- A prótese valvar é guiada até o coração;
- Lá, ela é expandida e substitui a válvula doente, sem necessidade de retirar a anterior;
- Todo o procedimento é feito com anestesia e uso de métodos avançados de imagem.
Quando a TAVI é indicada
O procedimento é recomendado quando:
- O paciente tem mais de 75 anos e apresenta alto risco para cirurgia convencional;
- Há histórico clínico que impossibilita a abertura do tórax;
- A estenose aórtica é grave e sintomática;
- O coração já mostra sinais de sobrecarga ou disfunção decorrentes da obstrução.
A tecnologia trouxe uma alternativa segura e eficaz para quem antes não tinha opções terapêuticas. Estudos internacionais mostram melhora rápida dos sintomas, redução de internações e maior sobrevida após o implante da prótese valvar.