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IMIP na COP 30: o papel da saúde frente aos desafios climáticos

Estar na COP 30 representou uma ação concreta de que o cuidado com as pessoas começa pelo cuidado com o planeta........................

Por TEREZA CAMPOS Publicado em 21/11/2025 às 0:00 | Atualizado em 22/11/2025 às 6:32

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A participação do IMIP na COP 30, realizada em Belém, representou muito mais do que estar presente em um evento internacional. Foi um movimento transformador que evidenciou a ligação inseparável entre saúde e clima, destacando que ambas as dimensões caminham juntas e precisam ser tratadas de forma integrada. As mudanças climáticas já impactam diretamente a vida da população, sobretudo das comunidades mais vulneráveis, e os hospitais têm papel estratégico na mitigação desses efeitos.

Ao levar essa pauta para um palco mundial, o IMIP mostrou que entende que cuidar das pessoas exige também cuidar do planeta. Mais do que espectador, fomos protagonistas no debate global ao apresentar a experiência de um hospital filantrópico, 100% voltado ao SUS, que atua não apenas na assistência, mas também na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na formação de profissionais. Entre as iniciativas, destaca-se o programa Útero é Vida, voltado à saúde integral da mulher, com ações de prevenção do câncer de colo do útero e cuidados que reafirmam o compromisso com a valorização da vida.

A nossa presença reforçou que instituições brasileiras podem contribuir de forma decisiva para a construção de soluções globais. Participar da COP 30 também sinalizou que o IMIP se alinha às agendas internacionais de sustentabilidade, como a gestão eficiente de resíduos, o uso racional de energia e água, e a transição para modelos assistenciais mais sustentáveis. Está claro que saúde de qualidade exige responsabilidade ambiental.

A nossa presença em Belém também refletiu a missão histórica de proteger quem mais precisa, como defendia o professor Fernando Figueira, fundador da instituição. Um dos pontos altos da conferência foi justamente o debate sobre como garantir que as populações mais pobres, aquelas que mais sofrem com os eventos climáticos extremos, sejam colocadas em evidência e recebam prioridade nas políticas globais. Nesse contexto, o IMIP reafirmou sua vocação de lutar pela equidade, colocando a justiça social e a justiça ambiental no centro da agenda climática.

Afinal, os impactos ambientais não se distribuem de forma igual. Eles recaem com maior força sobre comunidades periféricas, povos originários e populações que já enfrentam barreiras de acesso à saúde. Outro ponto de destaque foi o compromisso de longa data do IMIP com os povos originários. Atuamos em todo o Nordeste, por mais de dez anos, junto a comunidades indígenas, oferecendo assistência e desenvolvendo projetos voltados para a saúde integral desses grupos, e participamos da missão humanitária com ações estratégicas na saúde do povo Yanomami, principalmente no combate à desnutrição severa.

Ao levar essa experiência para a COP 30, o Instituto reforçou que a defesa da diversidade cultural e dos direitos dos povos tradicionais é parte indissociável da luta por um planeta mais justo e sustentável. Além disso, o encontro abriu portas para novas cooperações com organismos internacionais e outras instituições de saúde. Projetos voltados para inovação, sustentabilidade e formação de profissionais ganharam espaço, incluindo iniciativas como a proposta de um MBA em gestão da saúde sob demanda, e com disciplinas voltadas para essa temática. Essas parcerias ampliam a capacidade do IMIP de transformar práticas locais em referências globais.

Estar na COP 30 representou uma ação concreta de que o cuidado com as pessoas começa pelo cuidado com o planeta. Ao unir compromisso ambiental, defesa da equidade, valorização dos povos originários e promoção da saúde coletiva, o IMIP projeta para o mundo uma visão de futuro em que justiça ambiental e justiça social caminham juntas.

Tereza Campos, superintendente Geral do IMIP

 

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