Estresse em excesso pode provocar paralisia facial, alerta especialista
Condição pode causar perda súbita da mobilidade do rosto; diagnóstico rápido e tratamento adequado são fundamentais para recuperação

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Embora o estresse seja um mecanismo natural do corpo para lidar com desafios, quando se torna crônico pode ter efeitos nocivos. Além de afetar o sistema imune, o sono e o metabolismo, o excesso de estresse pode até desencadear paralisia facial.
“O estresse crônico estimula continuamente o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, aumentando a liberação de cortisol e catecolaminas. Também altera o sistema vascular, prejudicando a microcirculação do nervo facial e o controle muscular da face”, explica o cirurgião bucomaxilofacial William Sanchis, do Hospital CEMA.
Paralisia de Bell e estresse
A forma mais comum de perda de mobilidade é a paralisia de Bell, cujo surgimento pode estar relacionado a inflamações ou reativação de vírus latentes, como o da herpes simples. Situações de tensão muscular, bruxismo e disfunção temporomandibular (DTM) associadas ao estresse também podem agravar o quadro.
Segundo Sanchis, a queda da imunidade em períodos de estresse facilita tanto a reativação viral quanto processos inflamatórios que comprometem o nervo facial.
Sintomas mais comuns da paralisia facial
- Assimetria facial súbita, com dificuldade em movimentar parte do rosto;
- Incapacidade de fechar totalmente o olho;
- Alterações ao sorrir, franzir a testa ou assobiar;
- Dor retroauricular (atrás da orelha);
- Alteração do paladar nos dois terços anteriores da língua;
- Hipersensibilidade a sons;
- Impacto na fala, mastigação e deglutição, além de repercussões estéticas.
Diagnóstico rápido e tratamento adequado
Ao identificar um ou mais sintomas, é fundamental procurar atendimento médico imediato. Nos casos agudos, o tratamento costuma envolver corticoides, antivirais e medidas de proteção ocular, como uso de colírios ou tampões.
“O cirurgião bucomaxilofacial tem papel essencial na equipe multiprofissional, especialmente quando a paralisia está relacionada a traumas, tumores ou DTMs, atuando em conjunto com neurologistas e fisioterapeutas”, ressalta Sanchis.
Em quadros mais severos, o acompanhamento multidisciplinar é indispensável, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia e suporte psicológico.
“O bucomaxilo tem um papel central na reabilitação funcional da face, trabalhando para restaurar a mastigação, a estética e, principalmente, a qualidade de vida do paciente”, conclui o especialista.