Vacina contra herpes-zóster pode ser incorporada ao SUS; saiba como participar de consulta pública
Consulta pública da Conitec permite que a população opine sobre inclusão do imunizante para idosos e imunocomprometidos
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A vacina contra o herpes-zóster pode entrar no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) abriu a consulta pública nº 78, que avalia a incorporação do imunizante ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) para adultos acima de 80 anos e pessoas imunocomprometidas a partir de 18 anos. A participação social será decisiva para o resultado.
Crescimento dos casos
Nos últimos anos, as internações causadas pela doença vêm aumentando de forma constante. Dados do SUS mostram que foram registradas 2.037 internações em 2022, subindo para 2.284 em 2023 e 2.654 em 2024. O cenário reforça a necessidade de estratégias preventivas.
Para o infectologista Jessé Reis Alves, gerente médico de vacinas da GSK, a medida é um avanço:
“A incorporação da vacina contra o herpes-zóster ao SUS representa um avanço significativo na promoção da saúde preventiva no Brasil, além de proteger as populações mais vulneráveis como idosos e adultos imunocomprometidos. A participação e engajamento da sociedade em consultas públicas é um passo essencial no processo de ampliação a recursos de saúde na rede pública. Sua opinião pode fazer a diferença”.
Como participar da consulta
A consulta pública é uma ferramenta democrática que permite a manifestação de cidadãos, pacientes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde. Para participar:
- Acesse o site da Conitec;
- Localize a consulta pública nº 78;
- Preencha o formulário correspondente com suas considerações;
- Clique em “enviar opinião”.
As contribuições podem ser enviadas até 6 de outubro e serão analisadas pela comissão técnica, que decidirá sobre a incorporação da vacina.
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O que é o herpes-zóster?
Popularmente conhecido como “cobreiro”, o herpes-zóster é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. Depois da infecção inicial, o vírus permanece no organismo e pode se manifestar anos depois, principalmente em idosos ou pessoas com baixa imunidade.
Mais de 90% da população adulta já carrega o vírus. O enfraquecimento natural do sistema imunológico, a chamada imunossenescência, aumenta o risco de reativação após os 50 anos.
Os principais sintomas são:
- Lesões cutâneas dolorosas no tórax, pescoço ou face;
- Queimação, dormência e coceira;
- Em alguns casos, febre, dor de cabeça e mal-estar.
Uma complicação frequente é a neuralgia pós-herpética, dor persistente que pode durar meses ou até anos após a cicatrização das lesões, impactando diretamente a qualidade de vida.
“O herpes-zóster é uma doença frequentemente subestimada, mas que pode causar dor intensa, complicações graves e impacto duradouro na qualidade de vida. Muitas pessoas não sabem que o vírus da catapora pode permanecer dormente no corpo por décadas e ser reativado em momentos de fragilidade imunológica, principalmente após os 50 anos”, reforça Jessé.