Nova tecnologia de radioterapia promete mais precisão no combate ao câncer; hospital do Recife é pioneiro no uso
Sistema recém-implantado no Brasil utiliza mapeamento para evitar aplicação de radiação fora da área alvo e tornar o tratamento menos invasivo

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Um sistema inovador de radioterapia começou a ser usado no Brasil, com o objetivo de aumentar a precisão dos tratamentos contra o câncer. Recife é a primeira cidade a ter o sistema.
O equipamento, chamado Identify, utiliza câmeras ópticas e projeção de luz estruturada para monitorar a posição do paciente durante a sessão, interrompendo imediatamente a emissão de radiação se detectar qualquer movimento que possa comprometer a segurança ou a eficácia do procedimento.
Esse monitoramento em tempo real tem como objetivo principal evitar a exposição de tecidos saudáveis à radiação, um risco associado a erros de posicionamento que, apesar de incomuns, podem ocorrer durante tratamentos convencionais.
Nesses casos, pequenos deslocamentos involuntários do paciente podem comprometer o resultado terapêutico e provocar efeitos adversos.
Sistema está em uso no Recife
A plataforma Identify foi desenvolvida pela empresa multinacional Varian, referência global em soluções de radioterapia, e sua primeira implantação na América Latina ocorreu no Real Hospital Português, no Recife.
Atualmente, é o único centro do país a contar com o sistema. Além de utilizar a tecnologia em tratamentos clínicos, a instituição também se tornou centro de treinamento da Varian para médicos e físicos de toda a região latino-americana.
“No Real Hospital Português, o Identify está integrado a uma mesa robótica de última geração, que pode reposicionar o paciente automaticamente. Quando necessário, o reposicionamento também pode ser feito por um profissional antes da retomada do tratamento”, explica o médico responsável pela radioterapia no hospital, Dr. Ernesto Roesler.
Radioterapia com mais conforto
Diferente de outros métodos de controle corporal utilizados na radioterapia, o Identify opera com câmeras ópticas e luz estruturada, sem a necessidade de radiação adicional nem marcações físicas na pele do paciente — como tatuagens ou desenhos com caneta.
O sistema também dispensa o uso de máscaras rígidas. Com isso, o tratamento se torna menos invasivo e mais confortável para quem enfrenta o câncer.
“A radiação só é aplicada se o paciente estiver exatamente na posição correta, o que garante mais segurança e mais eficácia ao tratamento”, afirma o Dr. Ernesto.
O Identify se baseia na técnica conhecida como Radioterapia Guiada por Imagem de Superfície (SGRT). O sistema é capaz de detectar movimentações corporais em seis graus de liberdade, o que inclui deslocamentos em três eixos (latero-lateral, ântero-posterior e crânio-caudal) e também rotações e inclinações do corpo.
Esse nível de precisão é fundamental em casos que exigem controle respiratório, como no tratamento de câncer de mama à esquerda, onde é essencial manter o coração fora do campo de irradiação, ou em radiocirurgias cranianas e tumores próximos a estruturas sensíveis.
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