SUS inclui ressonância magnética para detectar câncer de mama
Exame complementar passa a ser oferecido na rede pública e beneficia mulheres com alto risco para a doença, incluindo pacientes com mutação genética

A ressonância magnética das mamas agora faz parte do rol de exames disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). O exame passa a ser oferecido como um recurso complementar para o rastreamento da doença, especialmente para mulheres com risco aumentado de desenvolver câncer de mama.
O novo protocolo beneficia, principalmente, pacientes submetidas à biópsia com lesões suspeitas, mulheres que passaram por radioterapia no tórax entre os 10 e 30 anos e pessoas com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, fatores que elevam significativamente as chances de desenvolvimento da doença. A informação foi publicada na Portaria SAES/MS nº 2.632 no Diário Oficial da União.
Como funciona a ressonância magnética?
Utilizada na medicina desde 1986, a ressonância magnética se mostrou um exame promissor na detecção precoce do câncer de mama.
O exame utiliza campo magnético e ondas de rádio para criar imagens detalhadas do interior do corpo. Diferente da radiografia e da tomografia computadorizada, que utilizam radiação ionizante, a ressonância magnética é um método não invasivo e seguro.
No exame, a paciente é posicionada dentro de um tubo cilíndrico onde o equipamento gera um campo magnético que alinha os átomos de hidrogênio presentes no corpo.
Em seguida, pulsos de ondas de rádio fazem com que esses átomos emitam sinais, que são captados e transformados em imagens de alta resolução por um computador.
Impacto no tratamento
Além do diagnóstico precoce, a ressonância magnética tem um papel fundamental na definição da conduta terapêutica.
Segundo Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o exame possibilita medidas preventivas para pacientes com mutação genética, como a realização de cirurgias profiláticas.
“Hoje, além das cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma a mastologista.
Para a mastologista, a inclusão do exame no SUS representa um avanço significativo na saúde pública e pode impactar diretamente a sobrevida das pacientes. “Estamos diante de mais um avanço no enfrentamento da doença no País”, conclui a especialista.
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