Anafilaxia: o que é a reação alérgica grave que pode levar à morte e como agir rapidamente
Reação alérgica sistêmica, a anafilaxia tem crescido nos atendimentos de emergência e exige atenção a sinais que surgem rapidamente

A anafilaxia é uma reação alérgica sistêmica, aguda e potencialmente fatal, que pode ocorrer poucos minutos após a exposição a uma substância alergênica — chamada de alérgeno — como certos alimentos, medicamentos, picadas de insetos ou látex.
O problema, embora relativamente raro, tem crescido nos atendimentos hospitalares, impulsionando campanhas de conscientização como a promovida no Dia Mundial da Alergia, celebrado em 8 de julho.
Segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 2% da população já teve pelo menos um episódio de anafilaxia ao longo da vida.
A entidade estima que um em cada 200 atendimentos em emergências esteja relacionado a reações alérgicas graves.
Anafilaxia e choque anafilático não são sinônimos
Embora muitas vezes usados como sinônimos, os termos anafilaxia e choque anafilático representam níveis distintos de gravidade.
A anafilaxia é uma reação alérgica de início rápido, que pode afetar pele, sistema respiratório, digestivo e cardiovascular.
Já o choque anafilático representa a forma mais severa dessa reação, caracterizada por falência circulatória, queda abrupta da pressão arterial e risco iminente de morte, se não tratada imediatamente.
Quais são os sintomas de uma reação anafilática
A médica alergologista e imunologista do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife, Maria Cecília Figueira, explica que “os sintomas costumam surgir imediatamente ou minutos após o contato com o alérgeno”.
A manifestação da anafilaxia pode variar, mas alguns sinais clássicos ajudam na identificação precoce do quadro. Entre os sintomas mais frequentes estão:
- Placas vermelhas na pele (urticária), com coceira intensa;
- Inchaço em regiões moles do corpo, como pálpebras, lábios e garganta (angioedema);
- Coriza e congestão nasal;
- Dificuldade para respirar;
- Queda repentina da pressão arterial;
- Taquicardia;
- Tontura ou desmaio;
- Perda de consciência (em casos graves).
O paciente precisa estar sempre atento aos sintomas, principalmente caso também tenha o quadro de rinite alérgica, pois alguns sintomas como a coriza e congestão nasal podem ser confundidos. A anafilaxia tende a ser uma crise mais agressiva.
O tratamento rápido evita a evolução para choque. A reação também pode causar sufocação, por edema de glote ou broncoespasmo, e até infarto, quando há espasmo nas artérias coronárias em pessoas com predisposição cardíaca.
O que fazer em uma crise alérgica grave?
A orientação médica é ir imediatamente ao hospital diante dos sintomas. Isso porque, a administração de adrenalina intramuscular é considerada a medida de primeira escolha e deve ser feita o mais rápido possível.
O medicamento ajuda a estabilizar a pressão arterial, relaxar as vias aéreas e conter a reação alérgica.
“Por isso, a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o tema, tanto entre os profissionais de saúde quanto entre a população em geral”, destaca a médica Maria Cecília.
Pessoas com histórico de anafilaxia ou alergias graves podem portar o medicamento em forma de dispositivo auto injetável, quando prescrito por especialistas.
Porém, a adrenalina autoinjetável não é produzida no Brasil e pode ser adquirida pelo paciente apenas por meio de importação., o que faz com que a ida à emergência seja ainda a principal atitude a se tomar no momento da crise.
Assista ao videocast Saúde e Bem-Estar, do JC, sobre alergias na infância