Desligamento de lombadas eletrônicas aumenta insegurança na BR-232
De acordo com o DNIT, os equipamentos de fiscalização eletrônica serão substituídos pela nova operadora contratada pelo governo do Estado
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Principal rodovia que liga o Recife ao interior do Estado, a BR-232 atravessa um momento de extrema insegurança para quem trafega ao longo da rodovia. Isso porque, todas as lombadas eletrônicas instaladas foram desligadas e serão retiradas devido ao término do contrato firmado por meio do Edital nº 168/2016, que foi recentemente encerrado.
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), um novo contrato, que contempla a instalação, operação e manutenção dos dispositivos de fiscalização eletrônica nas rodovias federais sob administração direta do DNIT em Pernambuco, foi assinado no dia 5 de novembro, com ordem de início de serviço emitida na última quarta-feira (12), mas ainda sem data para a reinstalação dos equipamentos de controle de velocidade.
Com isso, primeiramente, nessa transição, os equipamentos instalados sob a vigência do contrato anterior já estão sendo desmobilizados para, posteriormente, ocorrer a substituição pelos dispositivos que serão implantados pela nova operadora contratada, estabelecida por meio do Edital nº 054/2025. "As instalações são realizadas de forma escalonada, conforme o cronograma físico-financeiro definido no Termo de Referência, seguindo ordem de prioridade estabelecida com base nos critérios técnicos da Instrução Normativa nº 43/2021", informou o DNIT.
Em Encruzilhada de São João, distrito do município de Bezerros, no Agreste do Estado, os comerciantes locais já demonstram preocupação com o desligamento das lombadas eletrônicas, indicando o aumento de sinistros de trânsito envolvendo pedestres que tentam atravessar a BR-232.
"Depois que desligaram e tiraram as lombadas eletrônicas que tinham aqui, já aconteceram três acidentes fatais em menos de 60 dias. E se não recolocar rapidamente é certeza que mais gente vai morrer, pois os motoristas estão passando por aqui em alta velocidade sem pena, andando a mais de 120 km/h", alertou o comerciante José Romildo, em entrevista a reportagem da TV Jornal Caruaru.
Moradores do município relatam que a falta de fiscalização tem estimulado os motoristas a infringirem a lei. "O desligamento das lombadas eletrônicas é um convite ao desrespeito das leis de trânsito e aos limites de velocidade. Quando você desliga todos esses equipamentos de fiscalização, como é o caso que está acontecendo agora na BR-232, o que já está ocorrendo é o aumento do número de sinistros. Pois, ao longo da rodovia, passando por vários municípios, existem pontos onde há vilas, comércio, escolas, e as pessoas têm a necessidade de fazer a travessia. E, sem passarelas, são obrigadas a se arriscarem", contou Antônio Ricardo.
"Por isso a importância da instalação das lombadas eletrônicas, pois os motoristas sabem que se ultrapassarem os limites de velocidade, vai pesar no bolso. Quando você não tem esse equipamento, e deixa pela consciência de cada um, lamentavelmente, fica muito difícil o cumprimento dos limites de velocidade; e, consequentemente, havendo esse desrespeito, os sinistros e até mesmo as mortes acontecem com maior frequência", pontuou Rogério Corrêa.
Instalação das novas lombadas eletrônicas
Segundo o DNIT, antes da instalação dos equipamentos eletrônicos, os pontos passam por estudos de viabilidade e estudos técnicos de instalação que definem a localização para a implantação da sinalização necessária, além da obrigatória aferição pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), garantindo a confiabilidade e a segurança do sistema de fiscalização eletrônica.
A autarquia também esclareceu que 'todos os equipamentos de controle eletrônico de velocidade instalados sob gestão do DNIT seguem os parâmetros técnicos de priorização por meio da criticidade e os procedimentos estabelecidos na Instrução Normativa nº 43/2021, que regulamenta a implantação desses dispositivos nas rodovias sob administração direta do órgão'.