Cais José Estelita: liberação do novo sistema viário do Cais José Estelita vai atrasar. Confira nova data
Previsto para ser liberado no dia 15, o sistema viário teve as obras atrasadas devido às chuvas. Ligação entre Centro e Zona Sul será mais rápida

A inauguração do novo sistema viário do Cais José Estelita, corredor fundamental para a ligação da área central do Recife com a Zona Sul da cidade, com interferência direta em bairros do Centro, como São José, Ilha do Leite e parte de Afogados, vai atrasar. Previsto para ser liberado no dia 15 de junho, as obras atrasaram devido às chuvas e a estimativa agora é de que a nova circulação viária seja liberada no fim do mês.
Em nota, o Consórcio Novo Recife explicou que está finalizando os trabalhos necessários para a liberação do sistema viário e tem como meta deixar tudo pronto até o dia 25 de junho, permitindo que a abertura aconteça ainda na segunda quinzena do mês.
Mas o Consórcio Novo Recife afirma, também, que a data oficial de inauguração será definida pela Prefeitura do Recife, que fará a liberação no momento em que considerar mais adequado. Quem circula pelo trecho percebe, visivelmente, que as obras não avançaram ao ponto de ser liberada no dia 15/6.
O projeto Novo Cais é uma abrangente intervenção urbanística realizada na cidade e que, no passado, foi palco de conflitos sociais para impedir a urbanização privada da área. Contempla a implantação de um novo sistema viário que promete conectar com mais fluidez o Centro à Zona Sul, a criação de um parque na orla com mais de 33 mil m², além da construção do Parque da Memória Ferroviária com 55 mil m² e da restauração de galpões e casarios históricos. No total, são mais de R$ 140 milhões de investimentos privados e quase 20 anos de gestação.
A nova circulação viária provocará mudanças na área, com a substituição do atual traçado da Avenida Engenheiro José Estelita por um novo, agora estruturado por um binário (sistema de engenharia de tráfego composto por duas vias paralelas e de sentidos opostos). Cada uma das duas pistas do Cais passará a ter três faixas de rolamento em cada sentido, além de calçadas amplas, ciclovias bidirecionais e infraestrutura subterrânea completa para redes de energia, internet, gás e saneamento.
ENTENDA A NOVA CIRCULAÇÃO DO CAIS JOSÉ ESTELITA







Hoje, o cidadão sai da Zona Sul para o Centro e vice-versa margeando a bacia do Rio Pina, pelo Cais José Estelita. Com o novo sistema viário, o tráfego Zona Sul-Centro será pelas margens do Cais, enquanto a volta será por trás dos edifícios erguidos no novo projeto.
A nova configuração propõe duas avenidas paralelas: uma junto à margem da Bacia do Pina (sentido Zona Sul–Centro) e outra posicionada atrás dos empreendimentos do Novo Cais (sentido Centro–Zona Sul). Retornos entre quadras foram implantados para facilitar a redistribuição do tráfego de veículos e para reduzir deslocamentos desnecessários.
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Em maio, quando o Consórcio Novo Recife apresentou oficialmente o projeto viário e de implantação dos parques, a informação era de que 90% dos trabalhos do novo sistema viário estavam concluídos. Boa parte do novo sistema viário está pronto há quase dois anos e sem utilização, aguardando a liberação jurídica-administrativa da área onde será erguido o Parque da Memória Ferroviária, que só aconteceu em 2024.
GANHO DE TEMPO
Atualmente, diversas frentes estão atuando simultaneamente na pavimentação, drenagem, sinalização, acabamento urbano e paisagismo. O Consórcio Novo Recife diz estar investindo R$ 50 milhões na nova malha viária da área, dos quais R$ 35 milhões já foram executados e os R$ 15 milhões restantes correspondem à fase atual.
Também de acordo com o Consórcio, estudos técnicos de mobilidade realizados para o projeto indicaram que a nova configuração vai promover uma redução significativa no tempo de deslocamento entre o Centro e a Zona Sul, mas não precisou em quanto. A fluidez seria potencializada pela ausência de desvios temporários na fase de transição. Para Eduardo Moura, diretor regional de Incorporação da Moura Dubeux, o novo traçado é resultado de uma escuta ativa das necessidades da cidade e da população.
CICLOVIAS E PEDESTRES COMO PROTAGONISTAS





Outra promessa do Consórcio Novo Recife é de que a mobilidade ativa terá destaque, colocando pedestres e ciclistas como protagonistas. O projeto propõe a construção de 1,7 quilômetro de ciclovias bidirecionais, calçadas duplas e ‘generosas’, infraestrutura acessível para pedestres e bicicletas, espaços de convivência para todas as idades, áreas contemplativas, arborização, conforto térmico e bastante integração com o entorno urbano. Infraestrutura que será implantada no futuro Parque das Águas.
Uma área chamada de esplanada fará a conexão do Novo Cais com o bairro de São José pela Avenida Dantas Barreto. Segundo o projeto, essa conexão será apenas de pedestres e buscará estimular a movimentação de pessoas na área, resgatando o valor histórico e comercial do bairro.
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Os condutores que estiverem trafegando no sentido Zona Sul-Centro do Recife passarão por esse trecho, que terá uma travessia elevada e longa para garantir a segurança dos pedestres na área. E, segundo o vice-prefeito do Recife, Victor Marques, que participou da apresentação do projeto, o tráfego de veículos será controlado e monitorado na região para evitar atropelamentos ou abusos de velocidade.
CONHEÇA COMO SERÁ O PARQUE DAS ÁGUAS
A liberação do novo sistema viário do Novo Cais José Estelita acontecerá para que o Consórcio Novo Recife possa iniciar a implantação do chamado Parque das Águas. A previsão é de que as obras comecem em junho e sejam concluídas um ano depois, em 2026.
O parque da orla será um grande espaço público de lazer do Recife, com mais de 33 mil metros quadrados de área. Localizado na região do Cais José Estelita, vai representar um símbolo da reconexão do Recife com sua orla.
Uma das grandes mudanças do projeto será a transformação da antiga alça do viaduto próximo ao Cabanga Iate Clube de Pernambuco, antes um canteiro rodoviário isolado, em uma área verde com lago, vegetação nativa e paisagismo, incorporada de forma orgânica ao parque.
Segundo o consórcio, ao longo de toda a área haverá espaços pensados especialmente para as crianças, com parques da infância segmentados por faixa etária, oferecendo estruturas seguras e divertidas para o lazer infantil. Os pets também terão um parcão destinado à circulação e brincadeiras com cães. Outro destaque é a recuperação e requalificação de três casas históricas localizadas na área do parque.
Esses imóveis serão restaurados e convertidos para uso público, que podem abrigar cafés, livrarias, centros de visitantes e serviços comerciais, ativando a região com usos culturais e afetivos. O projeto também contempla a implantação de uma praça cívica no prolongamento com a Avenida Dantas Barreto, criando um eixo simbólico entre o Palácio do Campo das Princesas e o mar. A praça funcionará como uma espécie de marco zero do sul do Recife, com travessia nivelada para pedestres, permitindo que quem caminhar pelas calçadas da Dantas Barreto siga diretamente até a orla.
Com isso, o bairro de São José, historicamente separado da orla por um antigo muro da linha férrea, será reaberto à cidade, promovendo integração e resgate urbano. Na outra extremidade do parque, próximo ao Forte das Cinco Pontas, antigos galpões e casarios históricos serão restaurados e integrados à paisagem, formando um polo de cultura, gastronomia e economia criativa. Esses espaços farão a transição para o Parque da Memória Ferroviária, reforçando o vínculo entre história e inovação urbana.