INFRAESTRUTURA | Notícia

Cais José Estelita: nova circulação abre espaço para construção do Parque das Águas, com 33 mil m² de área verde. Veja imagens

A nova circulação viária provocará a substituição do atual traçado da Avenida Engenheiro José Estelita por um novo, agora estruturado por um binário

Por Roberta Soares Publicado em 07/05/2025 às 16:34 | Atualizado em 07/05/2025 às 16:42

A liberação do novo sistema viário do Novo Cais José Estelita acontecerá no dia 15 de junho para que o Consórcio Novo Recife possa iniciar a implantação do chamado Parque das Águas. A previsão é de que as obras comecem em junho e sejam concluídas um ano depois, em 2026.

O parque da orla será um grande espaço público de lazer do Recife, com mais de 33 mil metros quadrados de área. Localizado na região do Cais José Estelita, vai representar um símbolo da reconexão do Recife com sua orla.

Uma das grandes mudanças do projeto será a transformação da antiga alça do viaduto próximo ao Cabanga Iate Clube de Pernambuco, antes um canteiro rodoviário isolado, em uma área verde com lago, vegetação nativa e paisagismo, incorporada de forma orgânica ao parque.

Confira como será a nova circulação viária do Cais José Estelita em junho

Segundo o consórcio, ao longo de toda a área haverá espaços pensados especialmente para as crianças, com parques da infância segmentados por faixa etária, oferecendo estruturas seguras e divertidas para o lazer infantil. Os pets também terão um parcão destinado à circulação e brincadeiras com cães. Outro destaque é a recuperação e requalificação de três casas históricas localizadas na área do parque.

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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação

Esses imóveis serão restaurados e convertidos para uso público, que podem abrigar cafés, livrarias, centros de visitantes e serviços comerciais, ativando a região com usos culturais e afetivos. O projeto também contempla a implantação de uma praça cívica no prolongamento com a Avenida Dantas Barreto, criando um eixo simbólico entre o Palácio do Campo das Princesas e o mar. A praça funcionará como uma espécie de marco zero do sul do Recife, com travessia nivelada para pedestres, permitindo que quem caminhar pelas calçadas da Dantas Barreto siga diretamente até a orla.

Com isso, o bairro de São José, historicamente separado da orla por um antigo muro da linha férrea, será reaberto à cidade, promovendo integração e resgate urbano. Na outra extremidade do parque, próximo ao Forte das Cinco Pontas, antigos galpões e casarios históricos serão restaurados e integrados à paisagem, formando um polo de cultura, gastronomia e economia criativa. Esses espaços farão a transição para o Parque da Memória Ferroviária, reforçando o vínculo entre história e inovação urbana. A segurança e a infraestrutura também foram pensadas com cuidado.

SEGURANÇA FEITA COM VIDEOMONITORAMENTO

O parque da orla contará com videomonitoramento em toda a sua extensão, iluminação adequada ao uso noturno e presença da Guarda Municipal, com espaços reservados para viaturas e postos de vigilância ao longo do percurso. Bicicletários e estacionamentos planejados vão permitir que visitantes deixem seus carros e explorem o parque com tranquilidade.

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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação

Atualmente, a área do Estelita é majoritariamente usada como espaço de passagem ou para atividades esporádicas, como corridas nos fins de semana e passeios de bicicleta. A expectativa é que, com a nova estrutura e gestão pública, o local passe a ser frequentado diariamente por moradores e visitantes, transformando-se em um novo ponto de encontro da cidade.

A entrega do novo sistema viário da região está prevista para junho de 2025, enquanto a conclusão total do parque deve ocorrer até o final de 2026. A operação será responsabilidade da Prefeitura do Recife, após a entrega das obras pela iniciativa privada.

“A criação do parque na orla é, talvez, a face mais visível de um esforço maior de reconexão do Recife com sua paisagem, sua história e sua gente. Estamos trabalhando para que essa área deixe de ser um símbolo de abandono, e passe a ser um território de encontro, cultura, mobilidade e qualidade de vida. A cidade precisa de lugares assim”, afirma o CEO da Moura Dubeux.

CONHEÇA O PARQUE DA MEMÓRIA FERROVIÁRIA

Além do sistema viário e do parque da orla, o projeto urbanístico do Novo Cais contempla a criação do Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil m² de área, dedicado ao resgate e à preservação de um capítulo essencial da história do Recife: o passado ferroviário da cidade. O parque será implantado na região compreendida entre o Forte das Cinco Pontas e o antigo eixo ferroviário voltado ao transporte de açúcar, trecho que abrigou a segunda linha de trem do Brasil, inaugurada após a Rio de Janeiro–Petrópolis.

A linha férrea, inicialmente traçada próxima à Rua Imperial, foi transferida na década de 1940 para a área atual após o aterramento de trechos do estuário, consolidando sua relevância logística e econômica. Essa linha conectava o interior do estado ao Porto do Recife e foi crucial para o escoamento da produção açucareira.

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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação

O projeto do Parque da Memória Ferroviária está sendo desenvolvido pelo paisagista Luiz Vieira, em diálogo com o Benedito Abbud, responsável pelo paisagismo do parque da orla. Os dois profissionais trabalham de forma integrada para criar uma conexão visual e funcional entre os parques e os novos empreendimentos do Novo Cais, incluindo jardins abertos nos edifícios residenciais e comerciais que suavizam a transição entre as áreas verdes e os espaços construídos.

A ligação central entre os dois parques será feita por uma grande explanada que conectará os pedestres da Avenida Dantas Barreto à orla da Bacia do Pina, reforçando a ideia de continuidade urbana, fluidez de circulação e ocupação integrada da cidade. O parque será também um núcleo de preservação e ativação cultural, com a restauração de todos os bens valorados pelo Iphan, entre eles a antiga estação ferroviária, a caixa d’água e cerca de 30 galpões casarios com área de aproximadamente 8 mil m².

Esses galpões, que serviram no passado para armazenamento de açúcar, serão recuperados com investimento de R$ 12 milhões. Ao todo, os recursos destinados à recuperação dos bens históricos somam R$ 30 milhões, com prazo estimado de um ano e meio para execução. A primeira etapa de intervenções será iniciada ainda no primeiro semestre de 2025, com foco na recuperação da caixa d’água e dos galpões localizados próximos ao viaduto, que marcam a transição entre o parque da orla e o Parque da Memória Ferroviária.

Está em elaboração um plano de gestão, uso e conservação do parque, desenvolvido em parceria com a Prefeitura do Recife e o Iphan. Esse plano definirá os usos mais adequados para os espaços restaurados, respeitando os critérios técnicos de conservação e ativando o local com múltiplas vocações. Estão previstas ações educativas, eventos culturais e iniciativas de valorização da história ferroviária, além da possibilidade de instalação de espaços gastronômicos, esportivos, startups, escritórios criativos e iniciativas do Porto Digital, promovendo dinamismo e ocupação sustentável.

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