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Cais José Estelita: demolição do Viaduto das Cinco Pontas está sob análise e poderá não acontecer

Demolição do elevado é uma das inúmeras ações mitigadoras do Novo Recife e foi exigida pela Iphan para dar visibilidade ao Forte das Cinco Pontas

Por Roberta Soares Publicado em 08/05/2025 às 11:34

Uma das ações mitigadoras mais esperadas do projeto do Novo Cais José Estelita, a demolição do Viaduto das Cinco Pontas, que faz a conexão do Cais com a Avenida Sul, na área central do Recife, está com sua viabilidade e efetividade sob análise dos realizadores do projeto e da Prefeitura do Recife. Tida como certa desde as primeiras negociações do projeto, a retirada do elevado poderá não acontecer.

A demolição do Viaduto das Cinco Pontas e a possibilidade de ela não se concretizar foi um dos assuntos questionados durante a entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (7/5) pelo Consórcio Novo Recife - inclusive com a presença do vice-prefeito do Recife, Victor Marques - para anunciar a liberação do novo sistema viário do Cais José Estelita e o início das obras de construção do Parque das Águas (às margens da Bacia do Rio Pina) e do Parque da Memória Ferroviária.

Segundo o Consórcio, há quatro meses estão sendo feitos estudos sobre a viabilidade técnica da demolição do elevado e como isso impactaria na mobilidade da área. Em resumo: se é necessária de fato ou não mais. Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, empresa que faz parte do Consórcio Novo Recife, assim como Eduardo Moura, diretor regional de Incorporação da Moura Dubeux, entretanto, deixaram muito claro que será realizado o que for melhor para a cidade e para a mobilidade urbana da área.

“A Prefeitura do Recife é quem irá decidir. Estamos fazendo os estudos de viabilidade, como impactaria na circulação da área e se trará melhorias de fato. Mas a decisão será da gestão municipal. Se ela optar pela derrubada, nós faremos. E se ela decidir que não é necessário e que o investimento da ação mitigadora deverá ser alocado em outra ação, nós também atenderemos”, garantiu Diego Villar.

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Novo sistema viário do Cais José Estelita vai permitir a construção do Parque das Águas, com 33 mil m² de área verde, e o Parque da Memória Ferroviária, com 55 mil m² - Divulgação

O vice-prefeito Victor Marques confirmou os estudos sobre a demolição do elevado e afirmou que a intenção da gestão municipal é que ele seja, sim, derrubado para dar mais visibilidade ao Forte das Cinco Pontas. “O nosso desejo é de que a demolição aconteça, como foi projetado desde o início do projeto. A retirada do elevado vai permitir uma visão mais ampla do Forte. Mas vamos fazer tudo isso com muita segurança e sustentado pelo estudo que o Consórcio está desenvolvendo”, explicou.

CONFIRA como será a nova circulação viária do Cais José Estelita, que será liberada em junho

DEMOLIÇÃO DO VIADUTO É AÇÃO MITIGADORA E FOI EXIGIDA PELO IPHAN

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Cada uma das duas pistas do Cais passará a ter três faixas de rolamento em cada sentido, além de calçadas amplas e ciclovias bidirecionais - Divulgação
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O projeto propõe a construção de 1,7 quilômetro de ciclovias bidirecionais, calçadas duplas e 'generosas', e infraestrutura acessível para pedestres - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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Transformação no Cais José Estelita redefine mobilidade, resgata memória ferroviária e amplia áreas verdes no Recife - Divulgação
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A nova configuração propõe duas avenidas paralelas: uma junto à margem da Bacia do Pina (sentido Zona Sul-Centro) e outra posicionada atrás dos empreendimentos do Novo Cais (sentido Centro-Zona Sul) - Divulgação
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A liberação do novo sistema viário do Novo Cais José Estelita acontecerá para que o Consórcio Novo Recife possa iniciar a implantação do chamado Parque das Águas - Divulgação

A demolição do Viaduto das Cinco Pontas no Recife está prevista desde as primeiras tratativas do projeto do Novo Cais José Estelita, conhecido como Novo Recife e que propõe um novo redesenho da área central da cidade.

E, o que é mais importante, foi uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) feita ainda em 2013 para que o Projeto Novo Recife fosse tirado do papel.

A intervenção previa a adequação do viaduto ao mesmo nível do pavimento da Avenida Sul,além da construção de uma nova alça de acesso à Praça Frei Caneca, que foi executada pela prefeitura em 2024.

Primeira construção do tipo na capital pernambucana, o elevado, que foi erguido no ano de 1970, teve sua demolição prevista em 2014, dentro do plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife, que prevê a construção de 13 torres, além da requalificação urbanística do Cais José Estelita.

TÚNEL PODERÁ SER CONSTRUÍDO NO LOCAL

Gabriel Ferreira/Jc Imagem
Novo sistema viário do Cais José Estelita será liberado em junho - Gabriel Ferreira/Jc Imagem
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NOVO SISTEMA VIÁRIO DO CAIS JOSÉ ESTELITA. - Gabriel Ferreira/Jc Imagem
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A nova circulação viária provocará mudanças na área, com a substituição do atual traçado da Avenida Engenheiro José Estelita por um novo, agora estruturado por um binário - Gabriel Ferreira/Jc Imagem
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NOVO SISTEMA VIÁRIO DO CAIS JOSÉ ESTELITA. - Gabriel Ferreira/Jc Imagem
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Uma alça foi criada à direita na descida do Viaduto das Cinco Pontas para permitir que os condutores possam acessar o Centro do Recife pela Avenida Dantas Barreto - Guga Matos/JC Imagem

Se o plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife for seguido à risca, a via que liga o Cais José Estelita à Praça das Cinco Pontas deve ser rebaixada, formando uma espécie de túnel sob a Avenida Sul, semelhante a diversas vias construídas em Brasília, por exemplo.

A construção de mais um túnel na cidade, entretanto, também gerou polêmica diante da possibilidade de inundação no empreendimento. Mas, apesar das críticas, o modelo de construção do eixo viário Cais José Estelita-Cinco Pontas teria sido pensado para evitar alagamentos.

Seria algo parecido com o que já existe em Brasília. O rebaixamento da via não aconteceria bruscamente, como no Túnel Josué de Castro, no Pina, mais conhecido como o túnel da Via Mangue, na Zona Sul do Recife, onde o motorista tem um descida e subida íngremes. A ideia é que o rebaixamento seja quase imperceptível, exatamente como no DF.

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