Cais José Estelita: demolição do Viaduto das Cinco Pontas está sob análise e poderá não acontecer
Demolição do elevado é uma das inúmeras ações mitigadoras do Novo Recife e foi exigida pela Iphan para dar visibilidade ao Forte das Cinco Pontas

Uma das ações mitigadoras mais esperadas do projeto do Novo Cais José Estelita, a demolição do Viaduto das Cinco Pontas, que faz a conexão do Cais com a Avenida Sul, na área central do Recife, está com sua viabilidade e efetividade sob análise dos realizadores do projeto e da Prefeitura do Recife. Tida como certa desde as primeiras negociações do projeto, a retirada do elevado poderá não acontecer.
A demolição do Viaduto das Cinco Pontas e a possibilidade de ela não se concretizar foi um dos assuntos questionados durante a entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (7/5) pelo Consórcio Novo Recife - inclusive com a presença do vice-prefeito do Recife, Victor Marques - para anunciar a liberação do novo sistema viário do Cais José Estelita e o início das obras de construção do Parque das Águas (às margens da Bacia do Rio Pina) e do Parque da Memória Ferroviária.
Segundo o Consórcio, há quatro meses estão sendo feitos estudos sobre a viabilidade técnica da demolição do elevado e como isso impactaria na mobilidade da área. Em resumo: se é necessária de fato ou não mais. Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, empresa que faz parte do Consórcio Novo Recife, assim como Eduardo Moura, diretor regional de Incorporação da Moura Dubeux, entretanto, deixaram muito claro que será realizado o que for melhor para a cidade e para a mobilidade urbana da área.
“A Prefeitura do Recife é quem irá decidir. Estamos fazendo os estudos de viabilidade, como impactaria na circulação da área e se trará melhorias de fato. Mas a decisão será da gestão municipal. Se ela optar pela derrubada, nós faremos. E se ela decidir que não é necessário e que o investimento da ação mitigadora deverá ser alocado em outra ação, nós também atenderemos”, garantiu Diego Villar.
O vice-prefeito Victor Marques confirmou os estudos sobre a demolição do elevado e afirmou que a intenção da gestão municipal é que ele seja, sim, derrubado para dar mais visibilidade ao Forte das Cinco Pontas. “O nosso desejo é de que a demolição aconteça, como foi projetado desde o início do projeto. A retirada do elevado vai permitir uma visão mais ampla do Forte. Mas vamos fazer tudo isso com muita segurança e sustentado pelo estudo que o Consórcio está desenvolvendo”, explicou.
CONFIRA como será a nova circulação viária do Cais José Estelita, que será liberada em junho
DEMOLIÇÃO DO VIADUTO É AÇÃO MITIGADORA E FOI EXIGIDA PELO IPHAN








A demolição do Viaduto das Cinco Pontas no Recife está prevista desde as primeiras tratativas do projeto do Novo Cais José Estelita, conhecido como Novo Recife e que propõe um novo redesenho da área central da cidade.
E, o que é mais importante, foi uma exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) feita ainda em 2013 para que o Projeto Novo Recife fosse tirado do papel.
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A intervenção previa a adequação do viaduto ao mesmo nível do pavimento da Avenida Sul,além da construção de uma nova alça de acesso à Praça Frei Caneca, que foi executada pela prefeitura em 2024.
Primeira construção do tipo na capital pernambucana, o elevado, que foi erguido no ano de 1970, teve sua demolição prevista em 2014, dentro do plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife, que prevê a construção de 13 torres, além da requalificação urbanística do Cais José Estelita.
TÚNEL PODERÁ SER CONSTRUÍDO NO LOCAL





Se o plano de diretrizes para redesenho do Projeto Novo Recife for seguido à risca, a via que liga o Cais José Estelita à Praça das Cinco Pontas deve ser rebaixada, formando uma espécie de túnel sob a Avenida Sul, semelhante a diversas vias construídas em Brasília, por exemplo.
A construção de mais um túnel na cidade, entretanto, também gerou polêmica diante da possibilidade de inundação no empreendimento. Mas, apesar das críticas, o modelo de construção do eixo viário Cais José Estelita-Cinco Pontas teria sido pensado para evitar alagamentos.
Seria algo parecido com o que já existe em Brasília. O rebaixamento da via não aconteceria bruscamente, como no Túnel Josué de Castro, no Pina, mais conhecido como o túnel da Via Mangue, na Zona Sul do Recife, onde o motorista tem um descida e subida íngremes. A ideia é que o rebaixamento seja quase imperceptível, exatamente como no DF.