Estudante pernambucano usa a arte para refletir sobre justiça e meio ambiente em charge

Com o tema "Justiça ambiental e o trabalho decente", o aluno da ETE Miguel Batista criou uma charge inspirada em figuras históricas e clássicas

Por Mirella Araújo Publicado em 04/11/2025 às 13:22 | Atualizado em 04/11/2025 às 13:24

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Desde os quatro anos de idade, o estudante José Guilherme Pereira, hoje com 15, cultiva a paixão pelo desenho – um talento que se desenvolveu de forma natural e recentemente foi reconhecido em um concurso promovido pelo Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC), iniciativa da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), desenvolvida em Pernambuco pela Amatra VI.

Com o tema "Justiça ambiental e o trabalho decente", o jovem da Escola Tecnica Estadual (ETE) Miguel Batista contou que o personagem criado para o concurso, na categoria texto escrito/charge, foi inspirado em figuras históricas e personagens clássicos. 

“Nunca fiz curso nem pensei em viver de desenho, mas é algo que sempre me acompanhou. Gosto de criar personagens e trabalhar o lado mais estético do desenho”, explica. “O personagem que eu desenhei representa um empresário rico. Usei como base referências os aristocratas dos anos 1920, e também me inspirei em personagens como o Pinguim, do Batman, por isso ele tem o nariz grande e o jeito mais arrogante”, detalhou. 

A charge feita por José Guilherme também recebeu elogios do chargista do JC, Thiago Lucas, premiado nacional e internacionalmente.

“Que desenho fantástico! Adorei! A mensagem é muito contundente e atual, uma charge excelente. O uso da balança com elementos sobre ela transmite muito bem a ideia de desequilíbrio na questão trabalhista e na exploração ambiental. O estilo do desenho é muito bom, com cores e perspectivas que passam a sensação de gravidade que o tema pede”, afirmou Thiago.

Reconhecimento que motiva

O aluno, que está no 1º ano do Ensino Médio na turma do curso técnico de Design de Interiores, afirmou que também pretende continuar participando de outros concursos. Ele contou que o apoio da família tem sido fundamental.

“Mesmo quando alguém dizia que arte não leva a nada, eles nunca me impediram. Pelo contrário, minha mãe até procurou um curso para eu aprender e ficar melhor. É o que eu mais amo fazer e, se eu conseguir viver disso um dia, vai ser uma vitória”, disse.

Pelas regras do concurso, cada escola poderia ser premiada em no máximo duas categorias. Mesmo com a ETE Miguel Batista conquistado o 1º lugar em Vídeo Arte, com o trabalho “Perguntas que Conectam”, e em Jogo Teatral, com o projeto “Vidas no Limite: A Sombra da Justiça e o Direito de Ser”, a charge de José Guilherme se destacou e recebeu o 3º lugar como reconhecimento pelo talento e criatividade.

“Foi muito gratificante. Deu um trabalho danado juntar as ideias e fazer o desenho, mas meus amigos ficaram muito felizes por mim. Eu também fiquei. Acho que esse reconhecimento é o que mais vale", comemorou. 

 

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Charge feita pelo estudante José Guilherme Pereira - Divulgação
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Charge feita pelo estudante José Guilherme Pereira - Divulgação

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