Enem 2025: redação sobre adultização infantil; confira dicas e repertórios

Tema recorrente em debates sociais, envolve questões de mídia, comportamento e direitos da criança. Entenda como abordá-lo na redação do Enem

Por Maria Clara Trajano Publicado em 09/10/2025 às 15:20 | Atualizado em 14/10/2025 às 12:48

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Com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), muitos estudantes intensificam o treino de redação com temas que refletem dilemas sociais atuais.

Um deles é a adultização infantil, processo em que crianças passam a adotar comportamentos, estéticas ou responsabilidades próprias de adultos — muitas vezes impulsionadas pela exposição precoce à internet e à cultura midiática.

O tema se encaixa perfeitamente no perfil das propostas de redação do Enem, que costumam exigir análise crítica de fenômenos sociais com impacto direto sobre a infância, a família e a educação.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a exposição de crianças a conteúdos inadequados e à exploração da imagem em redes sociais tem crescido de forma preocupante. Em 2024, a entidade reforçou que a hipersexualização infantil e a pressão estética exercem efeitos negativos sobre a autoestima e o desenvolvimento emocional.

Além disso, a adultização pode estar associada à evasão escolar e à perda da vivência lúdica, elementos essenciais à formação da identidade na infância.

Como abordar o tema na redação

  • Contextualize o fenômeno: comece explicando o que é a adultização infantil e como ela se manifesta, citando exemplos do cotidiano, como influenciadores mirins ou programas de TV e redes sociais que reforçam padrões adultos de comportamento;
  • Apresente causas e consequências: relacione o tema com o consumismo, a influência midiática e a ausência de regulação sobre a exposição de menores na internet. Mostre os impactos sobre a saúde mental, a infância e a desigualdade social;
  • Proponha soluções: sugira ações educativas e políticas públicas que promovam a proteção integral da criança, como campanhas de conscientização, regulação de conteúdo e participação das escolas e famílias no uso responsável das redes.

Repertórios socioculturais que podem ser usados

  • Livro: Infância roubada (2008), de Cristiane Brandão. Aborda o desaparecimento simbólico da infância diante das pressões do consumo e da erotização precoce;
  • Filme: Pequena Miss Sunshine (2006). A trajetória de uma menina em um concurso de beleza infantil expõe como a busca por padrões adultos afeta a inocência e a autoestima das crianças;
  • Documento legal: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Assegura, no artigo 17, o direito ao respeito, à dignidade e à preservação da imagem e da identidade;
  • Campanha: “Criança não é miniadulto”, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (2023), que alerta para os riscos da exposição infantil nas redes sociais.

Dica final

Treinar uma redação sobre adultização infantil ajuda o candidato a desenvolver argumentos sólidos sobre direitos da criança, influência da mídia e limites da exposição digital.

Além disso, o tema permite explorar repertórios variados, de obras culturais a documentos legais, o que pode garantir uma redação crítica, coerente e com alta pontuação.

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