Escolas de Igarassu utilizam jogos digitais como ferramenta educativa

Plataforma baseada no Minecraft recria patrimônios culturais de Pernambuco e engaja estudantes com autismo, TDAH e outros perfis de aprendizagem

Por Anaís Coelho Publicado em 02/10/2025 às 16:53

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Explorando novas formas de unir a tecnologia e a educação, Igarassu criou uma plataforma baseada no universo do Minecraft, para que estudantes possam recriar pontos turísticos, explorar narrativas e resolver enigmas, descobrindo formas inovadoras de aprender.

A plataforma Minedu vem sendo aplicada em escolas do município por meio da edtech pernambucana Dulino. A proposta tem o intuito de juntar a tecnologia, a ludicidade e o pertencimento territorial para engajar os estudantes, principalmente alunos autistas ou com TDAH.

Segundo o CEO da Dulino, Raphael Gadelha, jogos como Minecraft criam um ambiente inclusivo, onde os alunos neurodivergentes têm estímulos visuais, interatividade e liberdade criativa.

“Nosso objetivo é transformar o currículo em uma experiência significativa, que respeite os diferentes ritmos e modos de aprender”, explica.

Cultura e interatividade

Entre as ‘construções’ criadas pelos estudantes estão o Sítio Histórico de Igarassu, a Igreja dos Santos Cosme e Damião, além de praças, mercados e outros cenários que marcam a identidade pernambucana.

Também foram criadas ‘construções’ da capital pernambucana, como o Marco Zero, o Teatro Santa Isabel e o bairro do Recife Antigo. A ideia é que as crianças possam reconhecer seu território dentro do jogo, trazendo a sensação de pertencimento.

“Eu achava que Geografia era só mapa no quadro. Mas quando vi minha cidade dentro do jogo, ficou mais legal. Parecia que eu estava lá dentro”, conta o aluno Rodrigo Lima, de 11 anos.

Para os professores, a iniciativa fez muita diferença no engajamento das crianças nas aulas, na autoestima e até na concentração. Já para os estudantes neurodivergentes, o jogo pode ajudar a desenvolver as capacidades socioemocionais e cognitivas.

“Antes eu ficava quieta na sala, agora eu ajudo a construir a igreja, faço parte da equipe. É como se eu tivesse um lugar”, explica Maria Clara Silva, de 13 anos.

Tecnologia educacional

Muitas vezes sendo vista apenas como uma distração, a tecnologia também pode ser usada como uma ferramenta educacional, inovando na maneira de ensinar os estudantes de forma criativa e divertida.

Ao transformar sua herança cultural em blocos virtuais, Igarassu mostra que a escola pode ser, sim, um espaço de invenção, pertencimento e novas possibilidades.

“Quando o estudante percebe que sua cidade, sua cultura e suas características individuais estão dentro da aula, tudo muda”, reforça Raphael Gadelha.

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