Professor x ChatGPT: Especialista analisa novo Modo Estudo da Inteligência Artificial

Jaime Ribeiro, CEO da Educa, mostra como se comporta a nova funcionalidade da IA e faz comparação entre o professor em sala e o robô

Por JC Publicado em 07/09/2025 às 10:44

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 A chegada da Inteligência Artificial (IA) ao universo educacional tem gerado tanto fascínio quanto apreensão entre pais e educadores. Como garantir que essa ferramenta poderosa seja um aliado do aprendizado e não um atalho para a preguiça?

Para iluminar essa discussão, conversamos com Jaime Ribeiro, CEO e cofundador da Educa, pesquisador e especialista em impactos das novas tecnologias nas relações humanas. Ele analisou uma das mais recentes novidades: o "modo estudo" do ChatGPT.

O Modo Estudo do ChatGPT: Uma nova abordagem para a IA na educação?

Recentemente, o ChatGPT, ferramenta de IA desenvolvida pela OpenAI, lançou um "modo estudo", prometendo uma abordagem diferente para a interação com o conhecimento.

Jaime Ribeiro descreve essa inovação com otimismo cauteloso. Segundo ele, neste novo ambiente, as respostas não são entregues ao usuário de forma imediata.

Pelo contrário, a IA "oferece opções e faz perguntas para que a pessoa aprenda como chegar naquele resultado final. Vai entregando aos poucos".

Para Ribeiro, essa iniciativa parece ser uma resposta direta da OpenAI às críticas crescentes de que seu produto "incentiva o plágio e não estimula o raciocínio dos usuários". A ideia é, portanto, guiar o estudante pelo processo de descoberta, em vez de apenas fornecer a solução pronta.

IA: Aliada ou vilã no desenvolvimento do raciocínio?

Apesar da proposta promissora do "modo estudo", a preocupação persiste. Jaime Ribeiro reconhece que "há quem diga, inclusive que a IA tem o poder de deixar as crianças preguiçosas e afetar o desenvolvimento do raciocínio".

Essa é uma questão central para pais de alunos do fundamental e médio, que veem seus filhos cada vez mais imersos no ambiente digital.

A ferramenta, por si só, não faz milagres. A chave está na forma como interagimos com ela. Ribeiro enfatiza que "a gente precisa interagir com a ferramenta para poder chegar a uma resposta". Isso significa que a IA, mesmo em seu "modo estudo", exige engajamento ativo e curiosidade do aluno para ser realmente eficaz.

Por que o professor continua sendo fundamental

A evolução da IA levanta questões profundas sobre o futuro da educação e o papel dos professores. Uma das indagações levantadas por Jaime Ribeiro é provocativa: "Será que essa será a primeira experiência de professores comandados por IA?". Contudo, ele rapidamente aponta para as limitações intrínsecas da tecnologia em comparação com a complexidade do ensino humano.

Para Ribeiro, "o pensamento humano e os mecanismos de aprendizagem exigem muito mais do que sistemas gamificados de perguntas, tipo certo ou errado".

Ele é categórico ao afirmar que, embora um chat possa ser operado por IA, ele "não vai ter a capacidade, o necessário para conseguir ensinar realmente a um humano". A riqueza da sala de aula, a mediação humana, a capacidade de entender nuances e emoções – tudo isso transcende os algoritmos.

Onde fica o pensamento crítico na Era da Inteligência Artificial?

Diante desse cenário, a escola e, principalmente, a família, têm um papel crucial. Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de ensiná-la a ser utilizada com discernimento. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa, mas a formação de cidadãos pensantes e críticos ainda depende da orientação humana.

O questionamento levantado por Jaime Ribeiro nos convida a refletir sobre o verdadeiro propósito da educação: não é apenas acumular informações, mas desenvolver a capacidade de processá-las, questioná-las e aplicá-las em diferentes contextos.

A posição clara de um especialista: O time dos professores

Para finalizar sua análise, Jaime Ribeiro deixa clara sua posição sobre a "disputa" entre a IA e o ensino humano: "Nessa disputa aí, eu sou do time professores".

A tecnologia é um recurso, mas o coração do processo de aprendizagem, com sua complexidade, empatia e capacidade de inspirar, reside na figura do professor, para Jaime.

É fundamental que pais e escolas trabalhem juntos para que a Inteligência Artificial seja utilizada como um complemento inteligente, sempre sob a mentoria de educadores e a orientação familiar, garantindo que nossos filhos desenvolvam não só conhecimento, mas também raciocínio crítico e autonomia.

Sobre o JC Educação

Divulgação
Jaime Ribeiro, CEO e cofundador do Educa, palestrante e especialista em relações humanas na era digital - Divulgação

No próximo dia 11 de setembro, Jaime Ribeiro estará no evento JC Educação - Saúde Mental da Escola: Um Desafio Coletivo, onde vai tratar desses e de outros temas para a comunidade escolar do Recife.

O encontro vai ocorrer no auditório do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife.

O evento será apresentado por Mirella Araújo, titular da coluna Enem e Educação do JC. Além de Jaime, também estarão presentes:

  • Rossandro Klinjey - Psicólogo, palestrante e consultor em Educação e Desenvolvimento Humano.
  • Gilson Monteiro - Secretário de Educação de Pernambuco.
  • Cecília Cruz - Secretária de Educação do Recife.

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