Professores do Recife cobram Prefeitura por descontos salariais e o cumprimento do acordo após a greve
Além da devolução dos valores, o Simpere pede pela formalização do reajuste conquistado durante o período de greve

O Sindicato das Professoras e dos Professores do Recife (Simpere) vem cobrando da Prefeitura do Recife o ressarcimento dos descontos salariais nos contracheques e o cumprimento do acordo firmado após a greve.
De acordo com o Simpere, a gestão do prefeito João Campos (PSB) chegou a devolver cerca de 70% dos valores descontados. Mas, segundo o sindicato, a medida é insuficiente. O sindicato aponta que os descontos têm relação com o período de greve.
“A prefeitura agiu com autoritarismo ao descontar os dias parados, ignorando que a greve é um instrumento legal da classe trabalhadora. A devolução parcial não repara o dano nem a tentativa de enfraquecer um movimento legítimo. Exigimos respeito à nossa luta”, afirmou Jaqueline Dornelas, diretora do sindicato.
Desde as 9h da manhã desta segunda-feira (16), os docentes estão reunidos em assembleia no pátio da Prefeitura. Após isso, seguem em mobilização para a Câmara Municipal do Recife.
Cobrança do Projeto de Lei na Câmara Municipal
Além da devolução dos valores, o Simpere pede pela formalização do reajuste conquistado durante o período de greve.
Segundo o sindicado, em reunião com a Secretaria de Educação, na última quarta (11), houve cobrança pelo cumprimento imediato do Projeto de Lei (PL) à Câmara Municipal que que assegura um reajuste de 3% na carreira e um abono de 3,27% (não incorporado), referente ao período de janeiro a dezembro de 2025, a ser pago em parcela única até o fim do ano.
Além disso, também foi debatida a reposição das aulas, que deve respeitar a autonomia de cada unidade escolar.
Pontos do acordo
Entre os principais pontos do acordo firmado entre a categoria e a gestão municipal, estão o reajuste de 3% na carreira e um abono de 3,27%, a ser pago até dezembro de 2025; o pagamento da acumulação para professores novatos a partir de janeiro de 2026; o aumento do Abono Educador para R$ 1.518,00, a partir de outubro de 2025; e a implementação, em maio de 2025, das progressões de carreira que se encontram em atraso.
O acordo também assegura a garantia da quinta semana destinada à realização da aula-atividade, o aumento do Abono Cultural de R$ 300,00 para R$ 500,00 a partir de junho de 2025, e o reajuste da Gratificação de Tempo Integral de R$ 950,00 para R$ 1.050,00, também a partir de outubro de 2025. Além disso, está prevista a continuidade das mesas setoriais de negociação, que tratam de pautas relacionadas às condições de trabalho e à estrutura das escolas.
O que diz a Prefeitura do Recife?
Procurada pela reportagem, a Prefeitura do Recife afirmou que já realizou o pagamento dos valores descontados durante a paralisação, conforme acordado em mesa de negociação com o sindicato. Segundo a gestão municipal, mesmo com a decisão judicial que declarou a greve ilegal, foi firmado o compromisso de abonar as faltas e efetuar a devolução dos descontos.
Confira a nota na íntegra:
"A Prefeitura do Recife esclarece que, mesmo após o Poder Judiciário decretar a ilegalidade da greve, firmou um acordo durante a Mesa de Negociação Salarial com o Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede Oficial de Ensino do Recife (Simpere) de que todas as faltas da paralisação seriam abonadas e o pagamento dos valores descontados seria realizado no mês de junho. Importante destacar que esse pagamento já foi realizado desde o dia 10 de junho".
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