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PF investiga se metanol abandonado foi usado para adulterar bebidas

Polícia apura se substância descartada após operação contra crime organizado foi usada para falsificação de bebidas. Já foram feitas 66 mil apreensões

Por JC Publicado em 08/10/2025 às 13:30

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A Polícia Federal investiga se o metanol abandonado por criminosos após a operação Carbono Oculto, em agosto, foi usado para adulterar bebidas no país.

A operação visou combater o crime organizado infiltrado no setor de combustíveis.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a investigação busca determinar a origem do metanol.

“Muitos caminhões e muitos tanques de metanol foram abandonados depois desta operação, e esta é uma hipótese que está sendo estudada pela Polícia Federal. Se esta é uma origem do metanol que está adulterando as bebidas, então a atuação repressiva será numa direção. Se tiver origem a partir de produtos agrícolas, a repressão terá outros alvos”, disse o ministro.

Identificação da substância

A PF recebe amostras de bebidas e realiza exames para determinar se o metanol é derivado de combustíveis fósseis ou de processos fermentativos. Lewandowski reforçou a importância da perícia.

“Saber se ela tem uma origem vegetal ou de combustível fóssil, porque são teses de investigação distintas. Se é produzido por refinaria que trabalha com produtos de cana-de-açúcar, esta é uma hipótese. Se tiver origem em combustíveis fósseis, é outra”.

Em São Paulo, a Polícia Civil também investiga o uso do metanol para lavar embalagens ou para aumentar o volume das bebidas. Até o momento, duas amostras analisadas apresentaram metanol acima do permitido por lei.

Desde a semana passada, mais de 20 mil garrafas suspeitas de falsificação ou adulteração foram apreendidas. Em 2025, já foram registradas 66 mil apreensões do tipo e 42 prisões relacionadas, sendo 21 somente nos últimos sete dias.

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