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Mulher morre de hemorragia após dar entrada no Hospital Tricentenário

A família da vítima realizou um protesto em frente à unidade de saúde, pedindo por justiça. Eles afirmam que a mulher foi vítima de negligência

Por Zayra Pereira Publicado em 14/10/2025 às 21:30 | Atualizado em 15/10/2025 às 13:52

Uma mulher de 46 anos morreu, na última quarta-feira (8), devido negligência médica para conter uma hemorragia no Hospital Tricentenário, em Bairro Novo, Olinda.

A vítima, Paloma Alves Moura, deu entrada na unidade com um quadro gravíssimo de hemorragia e foi internada com bastante dor. Horas depois, o óbito dela foi confirmado.

Em apelo por justiça, a família de Paloma realizou um protesto em frente à unidade de saúde. Eles afirmaram que a mulher foi vítima de negligência. 

"Minha neta socorreu ela às 6h da manhã e às 18h ainda não tinham feito nada por ela. Ela tomou uma injeção só, que não passou a dor, e ficou em uma maca, jogada, como um animal. Foi negligência. Minha filha estava com um mioma, não estava grávida, não", contou a mãe.

A equipe médica solicitou um exame Beta HCG para Paloma, que atesta gravidez, alegando que só poderiam realizar atendimentos quando o resultado saísse. 

Uma amiga, que acompanhou a vítima no hospital, contou que os médicos acreditavam que o caso se tratava de um aborto, mesmo Paloma deixando claro que não estava grávida.

"Ele disse que só faria algo após o exame Beta, mas eu disse que ela não estava grávida e que tinha endometriose e mioma. Eu perguntei 'enquanto isso ela vai ficar sangrando? Enquanto isso ela vai morrer?'", disse a amiga.

Ainda segundo a amiga da vítima, ela ficou roxa e perguntou aos enfermeiros por que estava com o coração acelerado, mas eles afirmaram que era devido ao nervosismo. A vítima deixa dois filhos e um neto.

Protesto

O protesto contou com apoio de movimentos sociais que lutam pelos direitos das mulheres - reforçando que este não é um caso isolado - e pedindo melhorias na saúde.

"A gente, enquanto rede de mulheres negras de Pernambuco, vem denunciar a violência obstétrica que existe. O caso de Paloma não é um caso isolado no nosso estado, é mais um caso. O dela teve visibilidade, mas teve muitas outras mulheres que morreram com o mesmo quadro dela", disse Daniele Braz, do Fórum Mulheres de PE.

Em nota, o Hospital Tricentenário afirmou que a mulher deu entrada informando um histórico de sangramento de 15 dias. O hospital alega que ela realizou exames, nos quais foi constatada queda acentudada da hemoglobina e foi solicitada uma transferência para uma unidade de maior complexidade, entretanto, paciente apresentou uma parada cardiorespiratória e não resistiu.

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