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Protesto de entregadores no Recife foi pacífico e cobrou segurança: "poder público faz a gente de chacota"

Manifestação pediu por segurança aos trabalhadores e criticou as empresas responsáveis pelos aplicativos; protesto acabou por volta das 10h30

Por Cristiane Ribeiro Publicado em 20/08/2025 às 8:19 | Atualizado em 20/08/2025 às 19:09

Entregadores e motociclistas por aplicativo realizaram protesto no Recife na manhã desta quarta-feira (20). A concentração começou no Campo do Coque, na Ilha de Joana Bezerra, com objetivo inicial de seguir em motociata até o Palácio do Campo das Princesas, onde os trabalhadores pretendiam apresentar as reivindicações ao governo do estado.

O grupo seguiu pacificamente pela Avenida Governador Agamenon Magalhães até o Shopping Tacaruna, onde optaram por encerrar a manifestação. Equipes da Polícia Militar e da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) acompanharam o trajeto.

O que pedem os entregadores

Em entrevista à TV Jornal, um dos organizadores do ato, Rodolfo Sales, disse que a principal pauta é a segurança. "Nós estamos passando por um alto índice de roubo de moto, onde o poder público está fazendo a gente de chacota [...] É muita moto sendo roubada, muitos sonhos sendo tirados da gente", denuncia.

Procurada pela reportagem do JC, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) informou que 'as forças de segurança seguem empenhadas em reduzir a criminalidade por meio de operações especiais, ações de inteligência e da presença ostensiva'. Além disso, enfatizou a entrada de 2.299 novos policiais militares, destinados a atuar no Recife e na Região Metropolitana.

Sobre o protesto realizado na manhã desta quarta-feira (20), a Polícia Militar de Pernambuco informou que foram mobilizadas equipes de batalhões de área e unidades especializadas para acompanhar os manifestantes, posicionando-as estrategicamente com o objetivo de garantir a segurança dos participantes e manter a fluidez do tráfego na região.

Além da cobrança por mais policiamento, a categoria denuncia as condições de trabalho nos aplicativos, pauta que já vem sendo debatida nacionalmente: "Os donos de aplicativos estão sugando a gente, tirando cada dia mais. [...] A gente passa 12, 14 horas na rua nessa situação", continua Rodolfo.

Reivindicações ao governo de Pernambuco

O objetivo da classe era estabelecer diálogo com representantes do Estado, episódio inédito até o momento. Os entregadores pretendiam questionar, ainda, a apreensão recente de motocicletas estacionadas nos arredores da Arena Pernambuco durante a disputa do Santa Cruz contra o Altos, na última segunda-feira (18).

Eles alegam que, quando houve a cerimônia de formatura da Polícia Militar no mesmo local, poucos dias antes, não houve apreensão de veículos estacionados nas mesmas condições. A classe pede por respeito e denuncia o tratamento diferente que tem recebido.

Quanto à operação realizada pelo 1º Batalhão de Polícia de Trânsito (1º BPTran) na noite de 18 de agosto, no entorno da Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, durante o jogo entre Santa Cruz e Altos do Piauí, a SDS-PE informou que o trabalho teve como foco a segurança viária, a manutenção do tráfego e a prevenção de irregularidades que pudessem comprometer a ordem pública.

A fiscalização resultou na remoção de 104 veículos (93 motocicletas e 11 automóveis) estacionados de forma irregular em passeio público, pista de rolamento e canteiro central. Também foi identificado um veículo com placa falsa e chassi adulterado, além de um usuário autuado por desobedecer à ordem de parada, estando com o CRLV sem emissão há cinco anos.

Fim do protesto dos entregadores no Recife

Divergências entre os membros da classe resultaram em desorganização do ato. Aqueles que pretendiam ir até a Câmara dos Deputados e posteriormente ao Palácio das Princesas, encerraram a manifestação ainda em frente ao Shopping Tacaruna, por volta das 10h30 da manhã.

Veja a reportagem da TV Jornal

 

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