Quem saiu do Chef de Alto Nível na quinta (14)? Dois profissionais falam sobre a eliminação
Arika Messa venceu o desafio, levou o broche do tempo e garantiu vaga na semifinal. Iara Guimarães e Ícaro Conceição foram salvos da eliminação

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Na última quinta-feira, 14, a gaúcha Arika Messa conquistou a primeira vaga para a semifinal de ‘Chef de Alto Nível’, ao vencer o desafio de entregar um prato de excelência com a mandioca como protagonista.
Da cozinha do meio, o prato de copa lombo, salada de aipim, vinagrete de farinha d’água, pipoca de tapioca e crocante de aipim e maionese salvou Arika da eliminação e ainda lhe deu o direito de usar o broche do tempo e cozinhar no topo.
Para a prova de eliminação, os mentores indicaram Bruno Sutil, Bruna Lopes, Iara Guimarães e Ícaro Conceição.
Com isso, Allan Mamede, Luiz Lira e Raphael Souza se confirmaram na semifinal. O desafio de eliminação para os indicados foi também um teste de memória para os cozinheiros, que tiveram que visualizar fotos de pratos com diferentes cortes de carne para tentar reproduzi-los em 30 minutos.
Com iscas de patinho ao curry, Ícaro foi o primeiro salvo. Iara apresentou um medalhão de alcatra com cebolas tostadas e batata, que garantiu seu lugar na semifinal.
Já Bruno Sutil e Bruna Lopes foram eliminados do reality. Sutil entregou um prato de picadinho oriental com picadinho de coxão mole, mas os mentores questionaram o sabor.
Bruna apostou em um bife ancho com alho e batata portuguesa, com boa avaliação de sabor, mas sem conseguir usar todos os ingredientes da cesta, deixando de fora o pimentão.
Nesta terça-feira, 19, ‘Chef de Alto Nível’ realiza sua etapa semifinal com os cozinheiros Allan Mamede, Arika Messa, Iara Guimarães, Ícaro Conceição, Luiz Lira e Raphael Souza. Desse grupo, saem os três participantes que disputam a final na quinta, dia 21.
E hoje à noite, no GNT, vai ao ar mais um episódio de ‘Cozinha de Alto Nível’: os mentores recebem, como convidada, a fundadora do projeto Favela Orgânica, Regina Tchelly, que atua em comunidades do Rio de Janeiro ensinando como aproveitar o alimento de forma integral, para evitar desperdício.
Confira, a seguir, a entrevista com Bruna Lopes e Bruno Sutil, que deixaram o reality na última rodada da fase individual.
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Entrevista com Bruna Lopes e Bruno Sutil
Qual balanço você faz da sua participação?
Bruna: Foi uma experiência que mexeu comigo de todas as formas – profissionalmente e pessoalmente. Entrei para ganhar e não levei o prêmio, mas saio consciente de que dei o melhor de mim em cada prova!
Além disso, amadureci, fiz amizades, aprendi muito, me desafiei e me diverti. Mostrei minha cozinha, minhas massas e meu jeito de cozinhar com verdade. Sabor e coração em cada prato. Tenho muito orgulho da minha jornada.
Sutil: Foi uma jornada e tanto! Eu me senti muito honrado em vários momentos: ter sido destaque; ter ido direto para a cozinha do topo junto com três cozinheiros profissionais na etapa individual; ter chamado atenção em algumas provas; ter levado os amadores tão longe no programa – e não só os que participaram, mas também os que estão em casa torcendo pela gente, vendo a comida do dia a dia ganhar espaço entre tantos pratos com técnicas tão diferentes.
Também me orgulho de ter saído em um momento da competição em que só restavam eu e profissionais da cozinha.
Eu pude aprender muito com a mentoria direta do Atala sobre tudo o que eu fazia, mas também com os comentários da Rê e do Jefin sobre os meus pratos e os dos outros participantes.
Aplicar esses aprendizados na comida de casa vai, sem dúvida, me tornar um cozinheiro amador muito melhor – ou quem sabe profissional, porque a vontade de sair correndo para uma Cordon Bleu está grande! (risos).
Como foi fazer parte do seu time?
Bruna: Foi incrível e desafiador. Renata Vanzetto é pura energia, criatividade e é emocionada como eu. Trabalhar ao lado dela foi como ter um “intensivão” de gastronomia e improviso, com cobrança na medida certa.
Eu já era uma “seguilouca” (como ela chama os seguidores) – uma admiradora, antes, e agora mais ainda.
Sutil: Ter sido o segundo escolhido pelo Atala, com todos aqueles profissionais e chefs de internet disponíveis, foi uma surpresa inimaginável! Outra surpresa foi ver, na telinha, a Renata dizendo que também estava de olho em mim para o time dela – o que também teria sido uma experiência maravilhosa.
Trabalhar com o Atala foi incrível! Eu admiro muito o trabalho dele e sempre dizia para os amigos que, quando tivesse uma grande comemoração, tinha que ser no D.O.M.! Quase aconteceu quando terminei meu doutorado...
Eu o admiro por ter sido o chef que trabalhou na Europa e percebeu que a comida brasileira poderia ser servida e valorizada no mesmo nível. Esse olhar tão carinhoso sobre a nossa cultura é o que faz ele representar tão bem a nossa gastronomia pelo mundo.
Qual foi sua maior dificuldade? Gostaria de ter feito algo diferente?
Bruna: A plataforma foi meu maior desafio, demorei para entender que eu precisava pegar os ingredientes e pensar depois, porque 30 segundos passam rápido demais.
Mas eu não teria feito nada de diferente, porque acho que fui melhorando conforme fui aprendendo a lidar com toda a dinâmica. Tenho certeza que deixei a minha marca no programa.
Sutil: Minha maior dificuldade foi querer ousar sempre. Acho que isso tem dois lados: me levou muito longe no programa, mas também foi o que me tirou dele. Eu tinha várias outras ideias que teriam funcionado melhor como prato principal na prova do aipim, mas acabei me embananando demais.
Outro caminho teria sido melhor. Se eu teria feito algo diferente? Sal. Definitivamente, teria usado mais sal na minha comida (risos)! Esse é outro aprendizado que levo comigo: pesar mais a mão no sal.
O que você leva do reality para a sua vida?
Bruna: Levo o orgulho de ter representado minha cozinha e minha essência, mesmo nos dias mais desafiadores. A coragem de improvisar, a leveza de rir dos perrengues, o choro de emoção e a certeza de que, quando cozinhamos com amor, isso sempre chega aos pratos, até mesmo pela televisão.
Sutil: Sinto que o programa me transformou. Saí refletindo sobre o motivo de não viver mais disso no meu dia a dia, de não estar completamente envolvido com a comida na minha profissão, com a mão na massa mesmo.
Descobri que minha paixão é ainda maior do que eu imaginava e que ela me faz muito feliz, mesmo sob pressão e cercado de astros da cozinha.
Também percebi que, no final, minha comida é melhor do que eu pensava, para ter chamado a atenção desses gênios da gastronomia.
Outra coisa que levo é a mudança no meu paladar: agora, toda vez que como fora, me pego pensando “mas cadê o sal?”, “nossa, uma acidez faria toda a diferença” ou “faltou um soco de sabor aqui, hein?”.