Um clássico moderno que dói como se tivesse sido escrito ontem
Alguns livros permanecem conosco não pela história em si, mas pelo modo como ela é contada — pelo que deixam no corpo como uma marca sensível

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Alguns livros permanecem conosco não pela história em si, mas pelo modo como ela é contada — pelo que deixam no corpo como uma marca sensível, pela ferida que abrem e não fecham logo depois da última página.
O Deus das Pequenas Coisas, da indiana Arundhati Roy, é exatamente esse tipo de livro: um clássico moderno que continua a tocar os leitores com a mesma força de quando foi publicado, em 1997, e que parece ainda mais urgente em tempos de discursos endurecidos e afetos contidos.
Vencedor do Booker Prize e traduzido para mais de 40 idiomas, o romance se tornou um marco da literatura contemporânea ao combinar uma linguagem poética, quase hipnótica, com uma crítica feroz aos sistemas que moldam — e muitas vezes destroem — vidas: o sistema de castas, o patriarcado, o colonialismo e os códigos sociais que determinam quem pode amar quem, e a que custo.
A narrativa se passa em Ayemenem, no sul da Índia, e gira em torno de Estha e Rahel, irmãos gêmeos cuja infância foi marcada por um acontecimento trágico que ecoa por toda a vida adulta.
Mas O Deus das Pequenas Coisas não é apenas uma história de trauma infantil — é também uma história sobre o que se rompe quando o amor não obedece às regras, quando corpos transgridem fronteiras sociais e afetivas impostas há séculos.
Cronologia emocional
Arundhati Roy constrói sua obra com um estilo fragmentado, lírico e profundamente sensorial. A cronologia não é linear, mas emocional.
O tempo se molda à lembrança, à dor e aos silêncios. O leitor é convidado a montar a história aos poucos, entre cenas de infância, narrativas adultas e memórias interrompidas.
Nesse percurso, o que emerge é uma crítica poderosa, mas sutil, às “grandes coisas” que destroem: política, castas, masculinidade, tradição. E, em contraste, o poder das “pequenas coisas” — um gesto, um olhar, um amor sussurrado, uma promessa infantil.
Ainda que ambientado em um contexto geográfico e cultural específico, o livro transcende fronteiras. As dores de Rahel, Estha, Ammu e Velutha são humanas demais para caber apenas dentro da Índia.
A violência simbólica que atravessa as relações entre classes, gêneros e afetos ressoa em qualquer canto do mundo — e talvez por isso o romance ainda hoje seja tão lido, estudado e sentido.
O Deus das Pequenas Coisas é um daqueles livros que não se lê apenas com os olhos: é preciso usar a pele, o estômago, a memória e a coragem. Porque, mesmo atravessado de beleza, ele não poupa ninguém da dor — uma dor que parece recém-escrita, como se o livro tivesse sido publicado ontem.
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