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A história real mais absurda que você vai encontrar numa livraria

Nem sempre é preciso recorrer à ficção para encontrar enredos tão insanos quanto os de um bom suspense que ocorreram na vida real

Por Bruna Oliveira Publicado em 06/08/2025 às 12:30 | Atualizado em 06/08/2025 às 12:39

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Nem sempre é preciso recorrer à ficção para encontrar enredos tão insanos quanto os de um bom suspense.

Às vezes, basta olhar para a história real com o olhar certo — e é exatamente isso que o jornalista e escritor Erik Larson faz em O Demônio na Cidade Branca, um livro que vem conquistando novos leitores brasileiros, especialmente os fãs de true crime, arquitetura e histórias inacreditáveis demais para parecerem verdade.

Lançado nos Estados Unidos em 2003 e publicado no Brasil pela Intrínseca, o livro parte de um cenário ao mesmo tempo grandioso e sombrio: a Exposição Mundial de Chicago, realizada em 1893.

Um marco de engenharia, arte e arquitetura que pretendia transformar a imagem dos Estados Unidos perante o mundo e rivalizar com o esplendor da Torre Eiffel, apresentada anos antes na Feira Mundial de Paris.

Mas por trás da beleza arquitetônica e da promessa de um novo século, havia algo sinistro se desenrolando. E é nesse contraste — entre o sonho e o pesadelo — que Erik Larson constrói sua narrativa.

O “demônio” do título é H. H. Holmes, considerado o primeiro serial killer moderno dos Estados Unidos.

Enquanto multidões visitavam a “Cidade Branca”, como ficou conhecida a área da exposição, Holmes usava o evento como disfarce para atrair e assassinar dezenas de vítimas em seu hotel macabro, projetado com passagens secretas, câmaras ocultas e armadilhas mortais.

Duas histórias

O livro alterna entre duas histórias reais que, à primeira vista, parecem não ter conexão: a saga do arquiteto Daniel H. Burnham, responsável pela construção do imenso complexo da feira, e a escalada de crimes de Holmes, que agia nas sombras.

A força de O Demônio na Cidade Branca está justamente nesse entrelaçamento — Larson reconstrói os acontecimentos com ritmo de romance policial, mas sem abrir mão do rigor factual.

O resultado é um thriller histórico que intriga tanto quanto os melhores livros de ficção.

Mais do que relatar uma sequência de assassinatos, Larson cria um retrato vívido da virada do século XIX para o XX, quando o progresso caminhava ao lado da barbárie, e o futuro parecia tão promissor quanto assustador.

Para quem gosta de histórias reais com clima de cinema, O Demônio na Cidade Branca é uma leitura que impressiona pela riqueza de detalhes e pela pergunta que inevitavelmente paira no ar: como tudo isso realmente aconteceu?

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