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Dias de Abandono: Uma história de amor escrita com raiva, ternura e feridas abertas

No romance mais intenso de Elena Ferrante, o fim de um casamento desencadeia uma espiral de raiva, lucidez e vulnerabilidade

Por Bruna Oliveira Publicado em 05/08/2025 às 13:29

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O fim de uma relação amorosa nem sempre é tranquilo, e na literatura, isso se tornou terreno fértil para narrativas que exploram o luto afetivo, os limites da sanidade e o esforço de reconstrução.

Mas nem toda história de separação encontra a coragem de olhar de frente para os sentimentos mais indesejáveis — a vergonha, o rancor, a humilhação, o ódio.

Dias de Abandono, de Elena Ferrante, é uma dessas raras obras que não pedem desculpas pela dor e não suavizam o caos.

Publicada originalmente em 2002, a obra tem ganhado novo destaque no Brasil com a retomada do interesse pela autora napolitana, já consagrada por A Amiga Genial.

Ao contrário da saga de amizade feminina que a tornou mundialmente conhecida, Dias de Abandono é um romance curto, seco e feroz — um mergulho íntimo na fúria de uma mulher recém-abandonada e na violência emocional que esse ato desencadeia.

Enredo

A protagonista é Olga, uma mulher na casa dos 30 anos, mãe de dois filhos, que vê seu marido sair de casa abruptamente após 15 anos juntos.

Não há espaço para recomeços otimistas ou conselhos bem-intencionados: Ferrante narra, em primeira pessoa, o colapso nervoso de Olga com uma franqueza cortante.

Ao longo das páginas, o que se revela é menos uma trama com início, meio e fim, e mais um desnudamento emocional — como se o leitor fosse arrastado para dentro da cabeça da personagem, sentindo com ela a humilhação, a raiva, a apatia e a confusão.

Mas Dias de Abandono não é apenas sobre o fim de um relacionamento.

É sobre como as mulheres, ao longo de suas vidas, aprendem a se apagar para manter estruturas — e o que acontece quando essas estruturas desabam.

O livro retrata o cotidiano em crise: preparar o jantar, cuidar dos filhos, encarar o espelho — tudo vira campo de batalha. Ferrante transforma o íntimo em literatura potente, inquieta, sem concessões.

A força do romance está na sua recusa em romantizar a dor.

Ao contrário, Dias de Abandono encara o abandono conjugal como um trauma que sangra por dentro e por fora — e que, mesmo assim, pode se tornar matéria de transformação.

É uma leitura desconfortável, mas essencial para quem busca na literatura um espelho sincero, ainda que fragmentado.

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