Dia do Cinema Brasileiro: 5 filmes para conhecer a produção nacional
Em celebração ao Dia do Cinema Brasileiro, confira uma lista de filmes de diferentes épocas, gêneros e estilos para conhecer as produções nacionais
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Nesta quarta-feira, 5 de novembro, celebra-se o Dia do Cinema Brasileiro, data escolhida em referência à primeira exibição pública de cinema no país, no ano de 1896. Na ocasião, oito pequenos filmes europeus foram projetados no Rio de Janeiro, em uma sessão aberta para quem quisesse chegar e conhecer os passos iniciais da sétima arte no mundo.
Dois anos depois, foi realizada a película considerada o primeiro filme brasileiro, embora outras gravações já tivessem sido feitas no Brasil durante o ano anterior. Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara, ou Uma Vista das Baía de Guanabara, filmado pelos irmãos Paschoal e Afonso Segreto, foi lançado em 19 de junho de 1898, data esta que também representa um marco para a sétima arte nacional.
Há quem comemore o Dia do Cinema Brasileiro em 19 de junho, graças a esse feito, e há quem prefira o 5 de novembro. Independente da escolha, rememorar esses momentos emblemáticos da história da cultura nacional é fundamental para a constante valorização de produções realizadas pelo povo brasileiro, no território brasileiro. Desde cedo, somos induzidos a consumir mídias estrangeiras em excesso, geralmente voltando a atenção para o cenário nacional apenas em casos de filmes de muito destaque. Mas a verdade é que nosso cinema é muito especial. Todos os anos são lançadas produções autênticas e cheias de identidade, marcadas por características que são só nossas.
Em homenagem à data, o Social1 separou cinco filmes para conhecer o cinema brasileiro e celebrar a identidade nacional. Esta lista é só uma pequena porção de tudo o que a produção do país tem a oferecer, um convite para ir além dos longas mencionados. A arte é, entre tantas coisas, uma forma de se reconhecer — e nada melhor do que encontrar nas obras de quem entende nossas vivências um pedacinho de nós mesmos.
Cabra Marcado para Morrer - Eduardo Coutinho (1984)
O documentário, considerado a obra-prima de Eduardo Coutinho, foi eleito o quarto melhor filme brasileiro de todos os tempos. Neste longa, o diretor reconta a história de João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa de Sapé, na Paraíba, que foi assassinado por ordem de latifundiários da região.
Cabra Marcado Para Morrer parte de um filme de ficção que estava sendo produzido baseado no camponês dezessete anos antes, mas que teve sua produção interrompida pelo golpe militar. Além de retratar a memória de João Pedro Teixeira, Coutinho entra na vida dos atores do filme interrompido, desvendando detalhes de uma trama emblemática da história do Brasil que é muito pouco conhecida. O longa está disponível no YouTube e na Amazon Prime Video.
A Hora da Estrela - Suzana Amaral (1985)
Baseado na obra de Clarice Lispector, o filme nos apresenta Macabéa, vivida pela inesquecível Marcélia Cartaxo, que venceu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim em 1986. A protagonista, uma jovem nordestina sem ambições que vive em São Paulo, trabalha como datilógrafa e mora em uma pensão, onde divide um quarto com outras três mulheres. Sua vida muda após uma consulta com uma cartomante — participação especial de Fernanda Montenegro.
A Hora da Estrela é uma releitura de Suzana Amaral, bem sucedida em transpassar a introspecção e a profundidade das palavras de Clarice. Em entrevista à Revista do NESEF, da Universidade Federal do Paraná, a diretora afirmou que percebe Macabéa como uma metáfora do Brasil. O filme está disponível no YouTube, na Globoplay e na Apple TV.
Que Horas Ela Volta? - Anna Muylaert (2015)
Val, personagem de Regina Casé, deixa sua filha Jéssica, vivida por Camila Márdila, no interior de Pernambuco para trabalhar como babá de Fabinho, interpretado por Michel Joelsas, em São Paulo. Quando o menino está prestes a prestar o vestibular, Jéssica parte para São Paulo para tentar ingressar numa Universidade paulista também. Com a aprovação dos patrões, Val recebe a filha na casa da família, mas a convivência com ela vai bagunçar a dinâmica social desses personagens.
Que Horas Ela Volta? expõe as hipocrisias da relação entre patrões e empregados, especialmente no contexto doméstico, além de explorar aspectos da desigualdade social no Brasil e da migração de trabalhadores para a região Sudeste em busca de melhores condições de vida. Está disponível na Netflix, na Amazon Prime Video, no Globoplay, no YouTube e na Apple TV.
4. Bacurau - Kleber Mendonça Filho (2019)
Os moradores de um pequeno município do Sertão, chamado de Bacurau, descobrem que a comunidade deixou de constar nos mapas. Aos poucos, mais elementos estranhos vão surgindo: drones passeando pelos céus, estranhos chegando na cidade e cadáveres aparecendo repentinamente. Assim, os moradores da cidade chegam à conclusão de que estão sendo atacados.
O filme traz muitos elementos da identidade nordestina e engloba nas entrelinhas detalhes históricos da região, como a história do Cangaço. É o próprio município de Bacurau que atua como protagonista da trama, levantando questões que vão desde xenofobia e sexualidade até laços e vida em comunidade. Está disponível no Globoplay, na Amazon Prime Video e na Apple TV.
5. Malu - Pedro Freire (2024)
Malu, interpretada por Yara de Novaes, é uma atriz desempregada que vive rememorando o próprio passado. Ela vive entrando em conflito com sua mãe conservadora, com quem mora. A dinâmica da casa fica ainda mais difícil quando sua filha, com quem ela também tem uma relação conturbada, retorna da França para passar um tempo com a mãe e a avó.
O filme trata de traumas geracionais e explora dinâmicas familiares comuns no Brasil, partindo da relação entre três mulheres de diferentes gerações que oscila entre o carinho e o ressentimento com muita intensidade. Malu está disponível na Amazon Prime Video.