Celebridades | Notícia

Relembre trajetória de luta de Preta Gil contra o câncer

A cantora lutava contra câncer de intestino desde 2023 e faleceu neste domingo (20), nos EUA, onde realizava tratamento com medicamentos experimentais

Por Alice Lins Publicado em 20/07/2025 às 20:51

Clique aqui e escute a matéria

A cantora e empresária Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, após uma luta contra um câncer no intestino. A informação foi confirmada pela família.

Preta estava nos Estados Unidos desde maio, onde dava continuidade ao tratamento com medicamentos em fase experimental, recebidos em um centro médico especializado em Washington.

A artista foi diagnosticada com adenocarcinoma no intestino em janeiro de 2023, após sentir desconfortos abdominais.

Desde então, enfrentou uma jornada marcada por quimioterapia, radioterapia, duas cirurgias de grande porte e momentos de aparente recuperação.

Inicialmente tratada no Brasil, Preta passou por uma cirurgia delicada em agosto de 2023 para retirada do tumor e do útero. Na ocasião, celebrou nas redes sociais a remissão da doença: "Meu corpo está livre de células cancerígenas", declarou, emocionada.

Cirurgias e tratamentos

A primeira cirurgia para retirada do tumor foi realizada em agosto de 2023, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Após o procedimento, ela contou nas redes sociais que permaneceria na capital paulista pelos três meses seguintes para seguir próxima da equipe médica. “Eu saio do hospital e vou pra um apartamento que a gente vai morar provisoriamente por 3 meses porque eu tenho que ficar em São Paulo perto dos médicos. Então... ficarei paulista, meu, por mais 3 meses”, disse, bem-humorada.

Ainda durante a recuperação, Preta chegou a comemorar o resultado da cirurgia, dizendo que estava livre de células cancerígenas.

"A cirurgia foi muito bem-sucedida, complexa, grande, mas somente ontem tivemos o resultado final dela. E chegou o resultado de que sim, meu corpo está livre de células cancerígenas. (...) Mas a cura é um processo", afirmou.

Além da remoção do tumor, a cantora também teve o útero retirado. Na época, ela começou a usar uma bolsa de ileostomia, que serve para coletar fezes após a abertura cirúrgica no intestino.

Preta falava com naturalidade sobre o dispositivo e ressaltava sua importância. "Sim, eu uso bolsa de ileostomia e não tenho vergonha de mostrar, pois essa bolsinha salvou minha vida."

Mesmo com a esperança renovada, a artista sempre deixou claro que o caminho até a cura seria longo. "A cura ainda envolve reabilitação que eu tenho que fazer para o funcionamento do meu esfíncter. Vou continuar me cuidando, cuidando de hábitos saudáveis para que essa doença não volte", declarou, ao deixar a UTI.

Reprodução/Redes Sociais
Preta Gil, cantora e empresária - Reprodução/Redes Sociais

O retorno da doença

Infelizmente, meses após o anúncio da remissão, o câncer retornou. Preta revelou que havia desenvolvido novos tumores em quatro locais diferentes:

  • Dois linfonodos, estruturas responsáveis pela defesa do organismo;
  • Um nódulo no ureter, que liga os rins à bexiga;
  • Metástase no peritônio, membrana que recobre os órgãos abdominais.

Com a progressão da doença, ela iniciou nova rodada de quimioterapia, mas os resultados não foram os esperados.

Diante disso, os médicos optaram por uma nova cirurgia, realizada em dezembro de 2024, também no Hospital Sírio-Libanês. O procedimento, de 21 horas, foi considerado bem-sucedido, mas exigiu quase dois meses de internação até que a cantora tivesse alta.

Tratamento experimental nos Estados Unidos

Em maio de 2025, Preta embarcou para os Estados Unidos na tentativa de uma nova etapa de tratamento. Ela passou a receber medicamentos experimentais, ainda em fase final de estudos, em um centro médico especializado em Washington, enquanto se hospedava em Nova York.

O planejamento era seguir o protocolo até agosto de 2025, quando seriam realizados novos exames para reavaliar o quadro clínico. No entanto, a cantora sofreu uma piora e faleceu neste domingo (20 de julho), aos 50 anos.

Sobre o câncer

O adenocarcinoma é um tipo de câncer maligno que pode se desenvolver em diferentes partes do trato digestivo, especialmente na porção final do intestino. Trata-se de um dos tumores mais frequentes tanto no Brasil quanto no mundo.

De acordo com especialistas em oncologia, o câncer colorretal ocupa o segundo lugar entre os tipos que mais atingem mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama.

Grande parte dos casos de câncer de intestino tem início a partir de pólipos, que são lesões benignas localizadas na parede interna do intestino grosso. Quando identificado em estágio inicial, esse tipo de câncer é considerado tratável e, na maioria das vezes, curável.

O tratamento principal costuma ser a cirurgia para remoção do tumor. Em alguns casos, dependendo da extensão e do comportamento da doença, é necessário complementar com quimioterapia por um período de três a seis meses.

Por outro lado, quando o câncer já se apresenta em estágio metastático, ou seja, espalhado para outras partes do corpo, as chances de cura são bastante reduzidas.

Nesses casos, o tratamento envolve quimioterapia associada a terapias-alvo, que utilizam medicamentos capazes de agir diretamente em alterações específicas das células cancerígenas.

Compartilhe

Tags