Coleção de moda afro une costura manual e inteligência artificial no Recife
O projeto tem como objetivo mostrar que tradição e tecnologia podem caminhar juntas e valorizar a ancestralidade; confira detalhes

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A coleção 'Raízes do Futuro', que promete unir a moda autoral e artesanal de comunidades da periferia com ferramentas de inteligência artificial, está em fase de produção no ateliê Zarina Modas, no Recife.
A iniciativa é liderada pela estilista e consultora de moda autoral preta Jessica Zarina, conhecida por peças na estética afro-diaspórica e coleções internacionais.
No projeto, as roupas nascem no papel, ganham forma digital em softwares de design 3D e inteligência artificial. Depois, são confeccionadas com tecidos naturais e técnicas tradicionais de costura.
“A ideia é mostrar que tradição e tecnologia podem caminhar juntas, valorizando a ancestralidade enquanto apontam para o futuro da moda”, explica Zarina, que comemora os 10 anos da marca Zarina Moda Afro com a iniciativa.
A equipe de desenvolvimento da coleção inclui homens e mulheres negros, com idades entre 15 e 65 anos. A consultora de moda sustentável Kamila Nascimento transforma os rascunhos feitos à mão em protótipos digitais por meio de algoritmos de inteligência artificial.
Sustentabilidade
Chamada de moda híbrida, essa prática permite ajustes no ambiente virtual, reduzindo desperdícios e otimizando o processo criativo. Avatares virtuais desfilam com estampas inspiradas em símbolos, em tons terrosos, dourados, verdes e azuis elétricos.
As peças físicas estão sendo confeccionadas com fibras naturais, bordados manuais e técnicas artesanais. Algumas das criações também são pensadas para o metaverso.
"Estamos costurando uma moda que respeita nossas raízes e abraça as inovações do presente", explica Zarina, que enxerga a coleção como um manifesto que reforça o protagonismo das comunidades negras no setor criativo.
O desfile de lançamento da coleção está previsto para o mês de agosto.