Chamar o Rio: Christal Galeria abre mostra com 16 artistas latino-americanos sobre direitos dos rios
Exposição coletiva propõe reflexão sobre os direitos dos rios, reúne obras de 16 artistas e traz performance de abertura no Recife, em outubro
Clique aqui e escute a matéria
O que acontece quando um rio ganha direitos legais?
Essa é a questão central da exposição Chamar o Rio, que a Christal Galeria, no bairro do Pina, inaugura no dia 9 de outubro, a partir das 19h, com curadoria de Paula Borghi. A abertura contará com uma performance dos artistas Ziel Karapotó e Olinda Tupinambá.
Com base na filosofia do bem-viver, a mostra reúne 16 artistas da América Latina que exploram a relação entre natureza e cultura por meio de diferentes linguagens: vídeo, performance, desenho, pintura, fotografia e objeto.
Os artistas selecionados são: Camila Bardehle (Chile), Edinson Quiñones (Colômbia), Génova Alvarado (Venezuela), Guillermo Rodríguez (Porto Rico), Herbert de Paz (El Salvador), Jorge Feitosa (Brasil, Rondônia), J.Pavel Herrera (Cuba), Manuel Brandazza (Argentina), Manuela Costa Silva (Brasil, Goiás), Marcelo Amorim (Brasil, Goiás), Maria Bressanello (Argentina), Nina Simão (Brasil, São Paulo), Olinda Tupinambá (Brasil, Bahia), Simone Fontana Reis (Brasil, São Paulo), Sophia Pinheiro (Brasil, Goiás) e Ziel Karapotó (Brasil, Alagoas).
- A proposta é refletir sobre a ideia de que os rios, assim como os seres humanos, também devem ser reconhecidos como sujeitos de direito.
A curadoria busca evidenciar práticas que questionam as fronteiras entre humanos e não humanos, ampliando o debate sobre justiça ambiental e preservação das águas.
“No ano em que o Brasil sediará a COP 30, evento no qual líderes mundiais, cientistas e atores da sociedade civil se reunirão para discutir ações para mitigar as mudanças climáticas, é fundamental colocar este tema também na agenda cultural”, afirma Paula Borghi.
Segundo Christiana Asfora, fundadora da Christal Galeria, a mostra funciona como um chamado por novas formas de proteção ambiental, inspiradas nos modos de vida dos povos originários.
Exemplos internacionais reforçam essa urgência: o Rio Whanganui, na Nova Zelândia, tornou-se pessoa jurídica em 2017, garantindo participação dos Mori em decisões de gestão. Já o Rio Atrato, na Colômbia, apesar de ter sido declarado entidade legal em 2016, ainda sofre com violações e poluição causada pelo garimpo.
Ao reunir obras que evocam tanto a dimensão política quanto a espiritual das águas, Chamar o Rio convida o público a repensar as formas de convivência entre humanos e rios.
Exposição Chamar o Rio
- Abertura: 9 de outubro de 2025, às 19h
- Local: Christal Galeria, Rua Jeremias Bastos, 266, Pina, Recife
- Visitação: segunda a sexta, das 10h às 19h
- Entrada gratuita