"Hélio, o balão que não consegue voar" encerra Festival Pintando o 7 com reflexão sobre autismo em Recife
Espetáculo "Hélio, o balão que não consegue voar" encerra o Festival Pintando o 7 na Caixa Cultural Recife, com oficinas e reflexão sobre autismo.

Clique aqui e escute a matéria
A 8ª edição do Festival Pintando o 7 se despede do público neste fim de semana com o espetáculo “Hélio, o balão que não consegue voar”, montagem pernambucana que encerra a programação nos dias 18, 19 e 20 de julho, sempre às 16h, no Teatro da Caixa Cultural Recife, no Bairro do Recife.
O espetáculo, voltado para todas as idades, propõe uma reflexão sensível sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), tocando corações e despertando consciência por meio da arte. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e podem ser adquiridos através do Sympla. A oficina, ministrada na sexta-feira, é gratuita.
Escrito por Cleyton Cabral, vencedor do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia 2019, o texto é encenado pela primeira vez, com direção de Marcondes Lima, e narra a história de Hélio, um balão diagnosticado com TEA que mora em uma loja de festas e não consegue voar.
A partir dessa metáfora sensível, o espetáculo convida o público a refletir sobre inclusão, aceitação das diferenças e o direito de cada um existir à sua maneira. A peça já passou por escolas, bibliotecas comunitárias e instituições de apoio, construindo um diálogo com diferentes públicos.
“Queremos incentivar o pensamento crítico e a reflexão nos espectadores, para que eles conheçam os sintomas do autismo e se tornem possíveis agentes de transformação”, destaca Cleyton Cabral, que também atua na montagem ao lado de Fábio Caio e Luciana Barbosa. Segundo ele, a ausência de campanhas de conscientização ainda contribui para o desconhecimento dos sinais do TEA, o que compromete o diagnóstico precoce e a qualidade de vida das pessoas autistas.
Os dados mais recentes reforçam a relevância do tema. O Censo Escolar de 2023 registrou um aumento de 50% no número de crianças com TEA matriculadas em salas comuns, passando de 405 mil para mais de 607 mil estudantes. Apesar do avanço na inclusão escolar, muitos enfrentam desafios relacionados à adaptação e bullying, tornando essencial o debate sobre acolhimento e suporte efetivo.
Além das apresentações, a semana conta com a oficina “Atenção: Boneco na Mão!”, ministrada por Fábio Caio, na sexta-feira (18), das 10h30 ao meio-dia. Voltada para crianças de 6 a 12 anos acompanhadas de um responsável, a vivência oferece uma introdução lúdica ao teatro de bonecos, com demonstrações práticas de manipulação e criação de personagens. Ator e bonequeiro com mais de 30 anos de experiência, Caio é fundador do Teatro de Bonecos Mão Molenga e integrante dos Doutores da Alegria.
Desde 2017, o Festival Pintando o 7 trabalha com o propósito de promover acesso à cultura de qualidade, com espetáculos que valorizam a infância, a diversidade e o diálogo com temas sociais atuais. Com uma programação diversa, o festival se despede com a certeza de que o teatro continua sendo uma ferramenta poderosa de conexão, escuta e inclusão.
Programação:
Última semana:
- Espetáculo: Hélio, o balão que não consegue voar
Coletivo de Artistas (PE)
Dias: 18, 19 e 20 de julho | Horário: 16h | Duração: 50 min | Classificação: livre
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (pelo Sympla) - Oficina: Atenção: Boneco na Mão!
Com Fábio Caio (PE)
Data: 18 de julho | Horário: 10h30 às 12h
Público-alvo: Crianças de 6 a 12 anos com responsáveis
Vagas: 24 (12 duplas) | Gratuita