Com Lula e João Campos no palanque, Raquel Lyra reage a vaias em Cupira: "Talvez se eu fosse homem, eu não estaria sendo vaiada"
Governadora participou da entrega da Barragem Panelas II, em Cupira, nesta terça-feira (2); Raquel aproveitou discurso para defender parceria com Lula
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A governadora Raquel Lyra (PSD) participou, nesta segunda-feira (2), da inauguração da Barragem Panelas II, em Cupira, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento também contou com a presença de opositores da sua gestão, como o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB), possível adversário de Raquel em uma eventual disputa pelo Governo de Pernambuco em 2026.
Sem citar diretamente os adversários, a governadora buscou, em seu discurso, se posicionar e deixou seus recados aos opositores, citando a conclusão de obras paralisadas e uma atenção a prefeitos de legendas variadas.
“Eu me comprometi com esse povo de chegar onde muitos não chegaram, de concluir obras paralisadas, de não me importar qual é a cor da bandeira partidária do prefeito ou prefeita”, afirmou.
Raquel também enfatizou que não governa "de costas para o Estado e de frente para o mar", em crítica ao que seria uma tendência de gestões anteriores de concentração de investimentos no Recife e na Região Metropolitana.
Reação às vaias e recado sobre gênero: “Se eu fosse homem, não estava sendo vaiada”
Em seu discurso, a governadora foi alvo de vaias por parte do público, em especial no início de sua fala. Raquel, por sua vez, respondeu às manifestações e relacionou a hostilidade ao fato de ser mulher.
“Não é fácil vir aqui, porque eu tenho certeza que se talvez eu fosse homem, eu não estava sendo vaiada. Mas isso não me para.”
A governadora também voltou a afastar uma narrativa de antecipação eleitoral, em consonância com seus últimos discursos. De acordo com Raquel, eleição se "disputa na urna" e que "agora é tempo de governar e cuidar".
“Nós não estamos aqui tratando das próximas eleições, nós estamos cuidando aqui das próximas gerações", enfatizou.
"E eu vou continuar firme, porque a eleição é em tempo de eleição e disputa na urna. Agora é tempo de governar e cuidar. E se tem algo que nos une, é o amor a Pernambuco. Eu não quero saber de vermelho, branco, roxo ou amarelo, eu quero saber é de uma bandeira só", disse a governadora, que, na sequência empunhou a bandeira de Pernambuco ao lado do presidente Lula.
Parceria com Lula e previsão de entrega de barragens prometidas em 2010
A governadora reforçou gratidão ao presidente Lula e enfatizou a parceria institucional entre a gestão estadual e o governo federal, citando ações de infraestrutura.
“Eu fui mais de 110 vezes a Brasília”, afirmou, citando viagens de ida e volta no mesmo dia. Segundo a governadora, o objetivo tem sido retomar obras que, segundo ela, ficaram paradas por anos.
"Para conseguir parceria com seus ministros, para conseguir, presidente, a sua confiança, para que voltasse o investimento do governo federal em Pernambuco que por 10 anos não aconteceu e agora acontece", enfatizou.
A governadora ressaltou que, das cinco barragens anunciadas em 2010, quatro devem avançar na sua gestão. À época, Lula governava o país, e o Estado era governado por Eduardo Campos.
De acordo com a governadora, além de Panelas II, a barragem de Gatos está em execução; a de Igarapeba receberá recursos ainda nesta semana para instalação do canteiro; e a de Barra de Guabiraba será licitada em janeiro.
“Enquanto não tiver água na torneira de todo cidadão e cidadã pernambucana, eu não vou descansar”, disse.
Raquel também citou a Adutora do Agreste, afirmando que a obra “anda em ritmo acelerado” e deve beneficiar cidades como Bezerros, Gravatá, São Bento do Una, Riacho das Almas, Passira e Cumaru até o fim do ano. Ela mencionou ainda redução de racionamento em Alagoinha e Pesqueira e o avanço do sistema para Belo Jardim.