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Editorial JC: Governar é trabalhar junto

Boa relação da governadora Raquel Lyra com o presidente Lula fortalece a democracia, valorizando o poder exercido por cada um em prol da população

Por JC Publicado em 02/12/2025 às 0:00 | Atualizado em 02/12/2025 às 7:12

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A proximidade institucional pode ser turbinada pela afinidade política, e claro, pela sintonia pessoal. Sobretudo quando se trata de esferas diferentes de gestão, líderes eleitos e os governos que lideram participam de equações em que todos ganham, ao se posicionarem de maneira cooperativa, articulada e visando a integração dos serviços prestados à população – para quem vai o maior benefício de posturas colaborativas no poder público.

No caso do Executivo, onde há uma mistura do papel institucional com a personalidade do eleito ou eleita para comandar uma equipe de governo, quanto mais as diferenças políticas ficarem em segundo plano, melhor para a efetividade dos programas e investimentos realizados em parceria.

E quanto mais iniciativas em parceria, melhor para o interesse coletivo, à espera de respostas eficazes às demandas coletivas que dizem respeito ao exercício do poder, em qualquer instância, como validação da representação democrática.

O presidente Lula tem mais uma agenda de entregas e promessas em Pernambuco, nesta terça, ao lado da governadora Raquel Lyra. A importância da boa relação entre os dois vai muito além das especulações dos desdobramentos políticos da simpatia mútua evidenciada nas ocasiões em que estão lado a lado, expondo decisões de trabalho partilhado e discursos complementares, na mesma direção.

Se uma eventual aproximação política vier a se consolidar, sua relevância será dosada a partir da construção do respeito institucional mantido em favor do povo pernambucano. Louve-se o diálogo apresentado desde os primeiros dias dos atuais mandatos de ambos, e a disposição mútua para o entendimento e a cooperação, à revelia de diferenças partidárias e das circunstâncias de um jogo político que, ao minimizar as reais necessidades coletivas, costumar entrar em modo de repetição inócua do poder pelo poder.

Em pesquisa da Quaest divulgada pelo JC no final do ano passado, os pernambucanos demonstraram ter a exata noção do valor dessa proximidade. Quase 90% dos entrevistados disseram ser importante a aliança entre a governadora e o presidente da República.

Esse reconhecimento traduz a identificação de um elo pessoal que se justifica em ligações entre os dois governos, nas esferas estadual e federal. A percepção do eleitorado, nesse caso da avaliação da importância, não foi contaminada pela disputa política local. É bom que assim seja, para evitar polarizações erguidas como muros ao ato de governar – que se depara, entre outras escolhas, com a de trabalhar junto pela transformação da realidade das pessoas.

A capacidade para trabalhar junto deve nortear o Poder Executivo, de Brasília aos estados e municípios, quaisquer que sejam ou venham a ser os ocupantes passageiros dos cargos, dos eleitos às suas equipes. Contra o movimento aleatório e imprevisível das nuvens da política, na expressão do mineiro Magalhães Pinto, a permanência do espírito público é crucial para a continuidade da busca de propósitos que podem levar décadas para serem alcançados. Em especial numa unidade da federação que tanto precisa de esforços unidos pelo desenvolvimento, como Pernambuco.

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