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Senado aprova aposentadoria especial para agentes de saúde em derrota do governo

Texto aprovado por unanimidade regulamenta benefício para agentes comunitários e de endemias; governo federal teme impacto bilionário.

Por JC Publicado em 25/11/2025 às 20:09

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*Com informações do Estadão Conteúdo

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (25), por 57 votos a zero, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 185 de 2024, que regulamenta a aposentadoria especial de agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE).

O texto segue agora para análise da Câmara dos Deputados. A aprovação unânime representa uma derrota para o governo federal, que alertou para o impacto financeiro da medida.

Politicamente, a votação foi vista como uma retaliação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao Palácio do Planalto, devido à indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Como fica a aposentadoria

O projeto, de autoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), regulamenta o benefício que já estava previsto na Constituição desde 2022. Entre as principais regras aprovadas estão:

  • Aposentadoria integral: Direito a 100% da remuneração recebida no momento da aposentadoria.
  • Paridade: Reajustes iguais aos concedidos aos servidores da ativa.
  • Idade mínima reduzida:
    • Homens: 52 anos de idade + 20 anos de efetivo exercício.
    • Mulheres: 50 anos de idade + 20 anos de efetivo exercício.

Há ainda uma regra alternativa que exige 15 anos na função e 10 anos de contribuição em outra atividade, mantendo as idades mínimas. O projeto também garante pensão por morte com integralidade.

Impacto fiscal e "pauta bomba"

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima que a medida causará um impacto de R$ 103 bilhões aos cofres municipais. O Ministério da Fazenda já sinalizou que, se o texto passar pela Câmara, o presidente Lula deve vetá-lo, podendo judicializar a questão no STF caso o veto seja derrubado.

Davi Alcolumbre rebateu as críticas de que o projeto seria uma "pauta bomba". Ele comparou a proposta a programas do Executivo, como o Pé-de-Meia.

"É de se ficar indignado sermos atacados, ofendidos (...) porque o presidente do Senado estava colocando uma 'bomba fiscal' para defender milhares de pessoas que salvam a vida das pessoas", afirmou Alcolumbre.

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