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Prisão de Bolsonaro gera reações entre aliados e opositores de Pernambuco; veja repercussão

Ex-presidente foi preso neste sábado (22) por determinação de Moraes; nomes como Gilson, Anderson, João Paulo e Túlio se manifestaram

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 22/11/2025 às 15:59

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A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada neste sábado (22) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou reações imediatas entre aliados e opositores no campo político pernambucano.

Enquanto parlamentares bolsonaristas e apoiadores do ex-presidente criticaram duramente a decisão, deputados da ala progressista, especialmente do PT e partidos próximos, defenderam a medida e responsabilizaram Bolsonaro pelas ações que ocasionaram a prisão.

Em entrevista à Rádio Jornal, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado afirmou que o dia “vai ficar manchado na história do Brasil”.

“Todo mundo está perplexo com e como as coisas estão acontecendo no Brasil, não é fácil o momento que nós estamos passando. Só resiste quem tem um propósito e quem acredita em Deus”, destacou.

O aliado ainda ressaltou sua proximidade com o ex-presidente e afirmou confiar no desfecho judicial. “A justiça vai prevalecer. A pior sensação que a gente tem é ir para casa sentindo que você está pagando por algo que você não fez”.

O presidente estadual do Partido Liberal, Anderson Ferreira, compartilhou a mesma nota oficial divulgada pela executiva nacional do PL, assinada por Valdemar Costa Neto. A legenda classificou a prisão como injustificada.

“Hoje, dia 22, causou espanto a medida desnecessária tomada contra Jair Bolsonaro. Todos sabem do estado de saúde debilitado em que ele se encontra, resultado da facada e das sucessivas cirurgias. A defesa do presidente adotará todas as medidas necessárias para reverter essa decisão. O Partido Liberal sempre apoiará Jair Messias Bolsonaro, o maior líder político da história deste país", diz o comunicado.

As reações contrárias ao Supremo Tribunal Federal também vieram de parlamentares federais e estaduais alinhados ao ex-presidente, como Coronel Meira, Pastor Eurico, Alberto Feitosa e Renato Antunes. Em tom de forte crítica, o deputado federal Pastor Eurico (PL) afirmou:

“22 de novembro ou 22 de dezembro, era o que esperávamos, sabíamos dessa tramoia. É absurdo o que está acontecendo no Brasil. Essa ação do STF é arbitraria e absurda”, disse o deputado Pastor Eurico (PL).

A deputada federal Clarissa Tércio (PP) também atacou a decisão do Supremo e condenou a celebração feita por opositores de Bolsonaro em frente à Superintendência da PF, em Brasília. “O Judiciário brasileiro chegou a um nível de abuso que assusta. Para uns, decisão relâmpago e tapete vermelho. Para outros, como Bolsonaro, a lei vira arma de perseguição”, declarou.

O deputado federal Mendonça Filho (União Brasil), que embora não integre o núcleo duro bolsonarista, é opositor ferrenho do presidente Lula, se manifestou contra a prisão preventiva. “O ex-presidente Bolsonaro tem problemas sérios de saúde, estava preso em prisão domiciliar, monitorado por policiais federais 24h e só recebia visitas autorizadas. A convocação de uma vigília, entendo como liberdade de expressão e religiosa. Assim como foi a manifestação contra a prisão de Lula, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 2018. Não vi razão para decretação dessa prisão preventiva", afirmou em publicação nas redes sociais.

Entre os estaduais, o deputado Coronel Feitosa (PL) declarou: “A prisão de Bolsonaro é no dia 22, a multa foi de 22 milhões e o número do partido é 22. Esse 'juiz' se utiliza de 'pitadas de sadismo e psicopatia', tudo ardilosamente planejado. Fica claro quem é o responsável pela destruição da justiça e da democracia brasileira".

Reações da esquerda

Deputados federais e estaduais da esquerda também se pronunciaram, defendendo a legitimidade da decisão de Moraes e culpando Bolsonaro por ações que, segundo eles, levaram à decretação da prisão preventiva.

O deputado federal Pedro Campos (PSB) foi um dos primeiros a comentar o episódio. “Bolsonaro foi preso preventivamente e, mais uma vez, por culpa dele e da sua família. Enquanto aliados fogem do Brasil, Flávio convocou as pessoas pra irem a porta da casa e Bolsonaro violou a tornozeleira as 0h08min. Quem vive de criar caos, um dia vira refém dele".

O também federal Túlio Gadêlha (Rede) também responsabilizou os filhos do ex-presidente pelo agravamento da situação jurídica de Bolsonaro.

“Eduardo e o Flávio não perdem tempo quando é pra complicar ainda mais a vida de Jair: um garantiu a tornozeleira eletrônica, o outro garantiu a prisão preventiva. Isso é o que dá usar a fé das pessoas pra fazer política", escreveu.

Já o deputado estadual João Paulo (PT) celebrou a decisão e acusou Bolsonaro de tentar tumultuar o cumprimento das medidas judiciais.

"Vitória da democracia! A prisão preventiva foi decretada porque, além da violação da tornozeleira, a convocação da vigília feita por Flávio Bolsonaro indicava uma possível tentativa de tumultuar, inflamar a narrativa de perseguição e obstruir a fiscalização da prisão domiciliar — avaliação do próprio STF. Além de golpista, é covarde e trapalhão", afirmou o petista.

A também deputada estadual Rosa Amorim (PT) publicou um vídeo fazendo um brinde com café ao lado de João Paulo. "Vitória do povo brasileiro", bradou.

A governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), não se manifestaram publicamente sobre a prisão até o fechamento desta matéria.

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