Governadores anunciam "Consórcio da Paz" em resposta à crise no Rio e criticam PEC do governo federal
Liderados por Tarcísio e Zema, governadores elogiam operação no Rio com 121 mortos e criticam PEC da Segurança de Lula como "intervenção".
 
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Em um movimento político de grande repercussão, sete governadores anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação do "Consórcio da Paz", um projeto de integração entre os estados para combater o crime organizado. O anúncio foi feito no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, dois dias após a megaoperação policial que deixou pelo menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
A reunião contou com a presença dos governadores Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Eduardo Riedel (MS), Ronaldo Caiado (GO) e da vice-governadora do DF, Celina Leão. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou por videoconferência.
Segundo Castro, o objetivo é criar um modelo para "dividir as experiências, soluções e ações do combate ao crime organizado" e permitir a compra consorciada de equipamentos.
Governadores elogiam operação
Durante o encontro, todos os governadores presentes elogiaram os resultados da "Operação Contenção". Romeu Zema (Novo) foi o mais enfático: "As forças de segurança do Rio de Janeiro fizeram, no meu entender, uma operação que vai fazer parte da segurança pública no Brasil", disse, classificando-a como "a mais bem-sucedida".
A posição contrasta com a de especialistas em segurança e do próprio Ministério dos Direitos Humanos, que classificou a ação como um "fracasso" e cobrou uma perícia independente para apurar denúncias de execuções e tortura.
Críticas à PEC do governo Lula
O encontro também serviu como um palanque para os governadores criticarem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo governo federal ao Congresso. Para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), a proposta é uma tentativa de intervenção federal.
"Único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública. [...] Querem transferir nossa autonomia e transformar em diretriz geral do Ministério da Justiça. É intervenção direta nas polícias dos estados", declarou Caiado.
A criação do consórcio ocorre um dia após o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, se reunir com Cláudio Castro e anunciar um escritório emergencial de cooperação federal no Rio.
(Com informações da Agência Brasil).
 
                         
                                                                                             
                                                                                             
                                                                                    
                                            