'Operação foi um fracasso': Ministra contraria Cláudio Castro e pede perícia independente no Rio
Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos, se reuniu com familiares de vítimas na Cufa, chamou a ação de "abominável" e criticou a falta de inteligência
 
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A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, classificou como "um fracasso" a megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos no início desta semana. A declaração, feita nesta quinta-feira (30), contrasta diretamente com a posição do governador Cláudio Castro, que na véspera havia chamado a mesma operação de "sucesso".
A ministra se reuniu por mais de duas horas com familiares das vítimas e lideranças comunitárias na sede da Central Única de Favelas (Cufa), no Complexo da Penha. Após ouvir os relatos, ela afirmou que a ação foi "abominável" e "um horror" por expor inocentes ao risco.
"É inadmissível uma operação para o combate ao crime organizado [...] não usar inteligência para garantir a sua efetividade", criticou a ministra. "Ninguém tem objetivo de matar as pessoas. Se a gente quer combater o crime, temos que começar chegando aonde está o dinheiro."
Perícia Independente e Comissão
A principal demanda apresentada pela comunidade à ministra foi a garantia de uma perícia independente e autônoma para investigar as circunstâncias das mortes, muitas das quais são tratadas pelos moradores como execuções, e não confrontos.
"A gente teve uma demanda da comunidade de estabelecer a perícia independente e autônoma. Nosso Conselho Nacional de Direitos Humanos já nos comunicou sobre isso e estamos trabalhando para que isso se efetive", garantiu Macaé Evaristo.
A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, que também participou do encontro, reforçou a crítica à letalidade da operação, afirmando que "nenhum corpo tombado" deve ser aceitável.
Como resposta às demandas por atendimento psicossocial e alternativas de trabalho para a juventude local, Macaé Evaristo prometeu a criação de uma comissão emergencial envolvendo diversos ministérios, como Saúde, Educação e Assistência Social, para atender às reivindicações das favelas.
(Com informações da Agência Brasil).
 
                         
                                                                                             
                                                                                             
                                                                                    
                                            