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Tarcísio acusa PT de difamação e rebate Haddad após derrota da MP da taxação: "Tenha vergonha"

Governador de São Paulo foi citado como articulador da derrota da MP; Aliados do governo Lula falam em "sabotagem política"

Por Pedro Beija Publicado em 09/10/2025 às 17:38

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*Com informações de Estadão Conteúdo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), intensificou nesta quinta-feira (9) as críticas ao governo Lula após a derrota da medida provisória que previa aumento de impostos e que foi derrubada pela Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (8).

Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio acusou o PT de promover uma "campanha de desconstrução de imagem" contra sua gestão e atacou diretamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

"Tenha vergonha, Haddad. Respeite os brasileiros, cortem gastos, pensem que a gente precisa governar, sair do palanque e trabalhar para fazer a diferença", afirmou Tarcísio. O governador também disse que as acusações de que teria atuado para derrubar a MP "beiram o absurdo".

Acusações de articulação contra a MP

A proposta rejeitada previa novas taxações sobre diferentes setores, como fintechs, apostas esportivas e aplicações financeiras, com objetivo de aumentar a arrecadação federal em até R$ 17 bilhões em 2026. O texto, no entanto, foi derrotado na Câmara por 251 votos a 193 e perdeu validade sem ser votado no Senado.

Aliados do governo federal classificaram a derrota como "sabotagem política" e atribuíram parte da articulação a Tarcísio, elogiado publicamente por parlamentares da oposição. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), agradeceu ao governador pelo empenho na mobilização contra a medida.

"Tarcísio tem sido um gigante no diálogo com presidentes de partidos de centro para que a gente pudesse fazer essa coalizão contra o aumento de impostos", afirmou o parlamentar em plenário.

PT e oposição em confronto

Todos os deputados do PT, PDT, PSOL e PCdoB votaram pela manutenção da medida provisória, alinhados ao governo Lula. Já partidos da direita e do centrão, como PL, União Brasil, PP, Republicanos, PSDB e PRD, deram maioria de votos pela derrubada do texto.

Segundo bastidores da votação, tanto o presidente Lula quanto o governador paulista teriam ligado a parlamentares para buscar apoio, em lados opostos da disputa. Para o governo, a aprovação da MP significaria reforço de caixa e vitória política em ano pré-eleitoral. Para a oposição, a proposta representava aumento da carga tributária.

Tarcísio mira em 2026

Cotado como um dos principais nomes da oposição para disputar a Presidência em 2026, Tarcísio elevou o tom contra o PT ao afirmar que sua gestão vem sendo alvo de ofensas e mentiras nas redes sociais.

“Há meses a gente vem sendo alvo de uma ampla campanha de desconstrução de imagem e reputação por parte do PT. Agora o partido quer me acusar de ter trabalhado para evitar que o governo cobre mais impostos da população. Estou trabalhando por São Paulo para mudar a vida das pessoas e fazer a diferença”, disse.

Com a queda da MP, não entram em vigor as alterações previstas no texto, como a elevação da CSLL para fintechs e o aumento da tributação sobre apostas esportivas.

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