"Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir", diz Lula em conferência nos EUA
Em discurso em Nova York, presidente criticou a 'tirania do veto' na ONU e disse que nada justifica a matança de civis e o uso da fome como arma.
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Em um discurso duro e de forte apelo humanitário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta segunda-feira (22), a implementação da solução de dois Estados como caminho para a paz no Oriente Médio.
"Tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir", declarou o presidente na Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, em Nova York, na véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Lula, no entanto, fez críticas severas à condução da guerra em Gaza. Ele reiterou a condenação do Brasil aos atos cometidos pelo Hamas, mas ressalvou que "o direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis".
"Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças, destruir 90% dos lares palestinos e usar a fome como arma de guerra", afirmou.
Críticas à ONU
O presidente brasileiro também criticou a paralisia das instituições internacionais diante do conflito. Para ele, a situação "mostra como a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU", em uma referência ao poder de veto de potências como os Estados Unidos no Conselho de Segurança, que impede resoluções mais firmes.
Lula propôs a criação de um órgão na ONU inspirado no comitê que lutou contra o Apartheid na África do Sul, para focar na questão palestina.
Posição do Brasil
O discurso reforçou a posição diplomática histórica do Brasil: a criação de um Estado da Palestina independente e viável, com base nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como sua capital e coexistindo em paz com o Estado de Israel. "Assegurar o direito de autodeterminação da Palestina é um ato de justiça e um passo essencial para restituir a força do multilateralismo", concluiu Lula.
(Com informações da Agência Brasil).
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