EUA liberam visto de ministro Alexandre Padilha para acompanhar Lula na ONU; vistos da família seguem cancelados
Medida vem um mês após governo Trump cancelar o visto de sua esposa e filha; ministro afirma que a concessão do seu era uma "obrigação" legal

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira (18) o seu visto para viajar aos Estados Unidos. Ele integrará a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que acontece na próxima semana em Nova York.
A liberação do visto do ministro ocorre em meio a um período de alta tensão diplomática e após o próprio governo americano ter cancelado, em agosto, os vistos da esposa e da filha de 10 anos de Padilha.
Ao comentar a emissão de seu documento, o ministro adotou um tom firme, afirmando que a concessão não foi um favor, mas uma obrigação legal dos EUA por sediarem a ONU.
"Recebi o visto hoje. Uma obrigação de um país que tem um acordo-sede com um organismo internacional. Tem que garantir o acesso de uma autoridade que é convidada para o evento", declarou Padilha.
Sanções ligadas ao Mais Médicos
Na mesma semana em que cancelou os vistos da família de Padilha, o Departamento de Estado americano também revogou os vistos de outros dois servidores do Ministério da Saúde ligados à implementação do programa Mais Médicos.
Na ocasião, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou a medida acusando os servidores de terem contribuído para um "esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano" por meio do programa.
Além da agenda na ONU, o ministro da Saúde também foi convidado para participar de uma conferência da Organização Panamericana da Saúde (Opas), em Washington.
Circulação restrita em Nova York
Apesar da concessão do visto, o governo americano impôs uma severa e incomum restrição de mobilidade ao ministro Alexandre Padilha durante sua estadia nos Estados Unidos.
Segundo a determinação do Departamento de Estado, Padilha só poderá circular em um raio de cinco quarteirões ao redor de seu hotel em Nova York e nos trajetos diretos para as reuniões na sede da ONU.
Na prática, a medida o impede de circular livremente pela cidade, em uma atitude considerada hostil e que contrasta com a fala do próprio ministro, que mais cedo havia afirmado que a concessão do visto era uma "obrigação" dos EUA como país-sede da ONU, e não um favor.
(Com informações da Agência Brasil e Folha de SP)
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