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Brasileiros confiam mais na igreja e na PM do que no STF e no Congresso, aponta pesquisa Quaest

Desconfiança nas instituições cresce em todos os campos; levantamento mostra diferenças entre eleitores de Lula e Bolsonaro no nível de credibilidade

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 08/09/2025 às 11:12

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A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (8), mostra que os brasileiros seguem depositando mais confiança em instituições religiosas e de segurança do que nas instâncias políticas.

Igrejas, Polícia Militar e Forças Armadas continuam liderando o ranking de credibilidade, enquanto partidos políticos aparecem como os mais desacreditados pela população.

De acordo com o levantamento, 73% dos entrevistados afirmaram confiar na Igreja Católica, 71% na Polícia Militar e 70% nos militares das Forças Armadas. As igrejas evangélicas também apresentam alto índice de credibilidade, com 65%.

Na outra ponta, partidos políticos aparecem com 63% de desconfiança, seguidos pelas redes sociais, com 57%.

O STF recebeu voto de confiança de metade dos entrevistados, e o Congresso, 45%, sendo o mais desacreditado entre os Três Poderes. A presidência da República é considerada confiável pela maioria dos eleitores.

Piora generalizada na confiança

A pesquisa revela ainda um cenário de desconfiança crescente em relação às instituições brasileiras, quando comparado ao último levantamento, realizado em julho de 2024.

Segundo a Quaest, praticamente todas as instituições perderam credibilidade no período, com exceção de prefeitos e bancos, que tiveram uma leve melhora — ainda que dentro da margem de erro.

Mesmo ocupando o topo do ranking de crédito social, a Polícia Militar registrou aumento de 10 pontos na taxa de desconfiança nos últimos doze meses. No mesmo intervalo, a desconfiança em relação aos partidos políticos subiu 9 pontos, no Supremo Tribunal Federal (STF) 6 pontos e na imprensa 5 pontos.

No caso das igrejas evangélicas, a perda de confiança ocorreu principalmente entre eleitores que votaram no presidente Lula em 2022, fenômeno que se intensificou entre 2024 e 2025, já durante o terceiro mandato do petista.

Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o desgaste foi maior nas Forças Armadas, especialmente entre 2022 e 2024, período marcado pelas tentativas frustradas de questionamento do resultado eleitoral.

Pelo levantamento, redes sociais, igrejas evangélicas e a Polícia Militar são mais confiáveis para eleitores de direita. Já o presidente da República, a imprensa e o STF contam com maior apoio da esquerda.

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os dados reforçam a percepção de que a confiança institucional no Brasil está fortemente marcada pela polarização política. “Existe um viés de percepção claro entre os dois polos”, afirma.

STF e imprensa em xeque

O Supremo Tribunal Federal também apresentou mudanças no perfil de sua rejeição. Até 2023, a desconfiança se concentrava nos eleitores de Lula. A partir de 2024, no entanto, ela passou a crescer principalmente entre apoiadores de Bolsonaro, chegando também a eleitores que se abstiveram no segundo turno de 2022.

A imprensa vive situação semelhante: em 2023, os bolsonaristas ainda se dividiam quanto à confiança nos veículos de comunicação. Agora, quase 60% desse grupo afirmam desconfiar da imprensa. Entre os eleitores de Lula, o cenário é oposto: 67% dizem confiar no trabalho jornalístico.

Se há um ponto de convergência entre eleitores de esquerda e direita, ele está na crescente desconfiança em relação ao Congresso Nacional. Entre 2022 e 2025, tanto lulistas quanto bolsonaristas aumentaram o grau de rejeição ao Legislativo. O mesmo fenômeno foi registrado entre eleitores que optaram por anular ou votar em branco em 2022.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 12.150 pessoas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança estatística é de 95%.


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