União Brasil e PP oficializam saída do governo Lula e ameaçam punir quem não seguir determinação
Federação emitiu comunicado nesta terça-feira (2), determinando que todos os detentores de mandato devem renunciar às funções que ocupam no Executivo

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*Com informações de Estadão Conteúdo
A federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, anunciou nesta terça-feira (2) o rompimento oficial com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com comunicado emitido pela federação, todos os detentores de mandato devem renunciar às funções que ocupam no Executivo.
O texto adverte que, em caso de descumprimento, haverá afastamento de dirigentes nos estados e, se persistirem na permanência, serão aplicadas punições previstas no estatuto partidário. Segundo a nota, a medida é um “gesto de clareza e de coerência” exigido pelos eleitores.
"Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto. Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes", diz trecho do comunicado da federação União Progressista.
No governo Lula, a federação conta com quatro ministros, sendo três do União e um do PP. Confira a lista abaixo.
União Brasil
- Celso Sabino (Turismo);
- Frederico Siqueira (Comunicações);
- Waldez Góes (Integração Regional)
PP
- André Fufuca (Esporte)
Dirigentes do União argumentam, no entanto, que apenas Sabino representa diretamente o partido, já que as demais indicações teriam sido feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Para se manter no cargo, Sabino avalia pedir licença ou até deixar a legenda.
A ruptura já vem sendo discutida desde o início da aliança que resultou na federação, quando lideranças do União Brasil e do PP aumentaram críticas públicas ao governo, com episódios que causaram constrangimento a ministros, como no caso de Fufuca, que chegou a reforçar lealdade a Lula.
Nos bastidores, presidentes das siglas, Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP), já abriram diálogo com Valdemar Costa Neto, dirigente nacional do PL, sobre composições eleitorais para 2026 e eventuais anistias internas, segundo revelou a Coluna do Estadão.
Leia o comunicado, na íntegra:
"Comunicado da Federação União Progressista
Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal.
Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto.
Esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes.
Brasília, 02 de setembro de 2025"
RESPOSTA DO GOVERNO
A ministra da Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que respeita a decisão da federação formada pelo União Brasil e pelo PP de romper com o governo, mas "que ninguém é obrigado a ficar no governo".
"Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair. Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional".