Ex-assessor de Moraes vaza número de Paulo Gonet em audiência no Senado
Eduardo Tagliaferro expôs o telefone em audiência pública transmitida pela TV Senado; PGR orientou Gonet a trocar de número após o episódio

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*Com informações de Estadão Conteúdo
O perito criminal Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), usou uma audiência pública no Senado para divulgar o número de telefone do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet. O episódio ocorreu nesta terça-feira (2), durante sessão da Comissão de Segurança Pública.
Tagliaferro mencionava diálogos que teria mantido com o procurador quando projetou o contato de Gonet, exibindo o número em tela aberta. A atitude provocou risadas entre presentes na sala. Após o vazamento, a PGR foi informada e recomendou que Gonet troque de número.
A audiência foi conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e aconteceu no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado. O encontro foi visto como uma estratégia da oposição para oferecer uma narrativa paralela ao processo no STF.
Tagliaferro tem se aproximado de parlamentares bolsonaristas e vem usando as redes sociais para criticar a atuação do ministro Alexandre de Moraes. Na comissão, ele afirmou que as ações da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE foram baseadas em decisão do Supremo no dia 9 de janeiro de 2023, logo após os atos golpistas em Brasília.
O ex-assessor também disse ter recebido ordens de juízes auxiliares de Moraes para “construir uma história” que fundamentasse provas contra Bolsonaro. A declaração gerou forte reação de senadores de oposição, que defenderam medidas contra o ministro do STF.
"O que estamos presenciando aqui é uma grande violação de direitos humanos. Pessoas foram acusadas, buscas e apreensões foram feitas e pessoas foram presas com provas falsas, provas forjadas por um magistrado. Esse magistrado tem que ser preso hoje", afirmou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).