Em Pernambuco, Lula critica tarifaço e pede a cassação de Eduardo Bolsonaro: "traição da pátria"
Declarações aconteceram, nesta quinta (14), durante a cerimônia de inauguração da fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Goiana (PE)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas, nesta quinta-feira (14), à política dos Estados Unidos em relação ao Brasil e à atuação de Eduardo Bolsonaro no território americano.
As declarações aconteceram durante a cerimônia de inauguração da fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana (PE).
“O Trump fez uma insensatez com o Brasil. Porque nossa relação diplomática é muito antiga. São 201 anos de relação diplomática. Quando ele avisou, em carta, ele disse que era preciso aumentar a taxa, porque os EUA tinham déficit, ou seja, a gente lucrava com o nosso comércio. Eles ganhavam menos e a gente ganhava mais, o que é uma mentira", disse o presidente.
"No comércio Brasil e Estados Unidos no ano passado, foi R$ 87 bilhões de dólares, dos quais eles venderam R$ 47 bilhões e nós vendemos 40 bilhões. Então, eles tiveram um superávit de R$ 4 milhões", complementou.
Logo em seguida, Lula disse que Trump acusou o Brasil de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "É importante ficar claro, não tem nenhuma acusação de nenhum opositor ao ex-presidente. Ele está seno julgado pelas mazelas que ele fez, pela tentativa de golpe, pela preparação ao assassinato ao presidente Lula, ao vice Alckmin, ao Alexandre de Moraes, pela tentativa de colocar um carro bomba no aeroporto", afirmou Lula.
"Ou seja, ele não pode esquecer que está sendo julgado porque os 'comparsas' dele delataram ele. Ele precisa parar de resmungar", completou.
'Vocês têm que pedir a cassação dele'
Logo em seguida, Lula criticou a atuação do filho de Bolsonaro nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), e pediu a cassação do parlamentar.
"Vocês [apontando para os deputados federais presentes na cerimônia] têm que pedir a cassação dele. Essa é a verdadeira traição da pátria. Ele foi para lá instigar os americanos contra nós", disparou Lula.
"Não dá para a gente ficar quieto. Então, nós também não aceitamos dizer que no Brasil não tem direitos humanos", completou o petista.
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Agenda no Recife
A cerimônia em Goiana faz parte da agenda presidencial no estado de Pernambuco. Estavam presentes: ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes, o Advogado-geral da União, Jorge Messias, ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, os senadores pernambucanos: Humberto Costa, Teresa Leitão e Fernando Dueire, e o prefeito do Recife, João Campos. Além dessas autoridades, estavam presente deputados federais e estaduais.
Após passar por Goiana, o presidente Lula visitará, às 15h, o Hospital Ariano Suassuna, no Recife, onde anunciará novas ações do programa Aqui Tem Especialidades, que realiza mutirões de atendimento e o uso de unidades móveis de saúde.
Em seguida, às 17h, Lula estará em Brasília Teimosa, também na capital, onde anunciará investimentos em regularização fundiária e realizará a entrega de 599 títulos de propriedade a famílias da comunidade, ao lado do prefeito João Campos (PSB).