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Em São Paulo, João Campos critica tarifa de Trump e avalia perdas na exportação de Pernambuco

O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB participou nesta sexta-feira (25) da Expert XP 2025, principal feira de investimentos do país

Por Filipe Farias Publicado em 25/07/2025 às 22:34 | Atualizado em 26/07/2025 às 8:25

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O prefeito do Recife e presidente nacional do PSB, João Campos, participou na tarde desta sexta-feira (25) da Expert XP 2025, em São Paulo, principal feira de investimentos do País, como um dos debatedores da plenária 'Eleições 2026: os bastidores do poder', ao lado de Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil; de Edinho Silva, presidente nacional do PT; e de Renan Filho, ministro dos Transportes.

Durante o debate, os representantes dos principais partidos políticos no cenário atual da política brasileira divergiram a respeito da postura do governo federal, diante da tarifa imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros.

"Essa não é uma medida normal (taxar o Brasil em 50%). A gente vê uma relação comercial histórica de mais de 200 anos entre Brasil e os Estados Unidos, sempre com um superávit para eles, e vem essa medida com motivação escrita e assinada pelo presidente (Trump), colocando um viés político e contra as instituições do outro país (Brasil). É óbvio que isso causa um impacto negativo para todo mundo, pois ninguém sairá ganhando nada com isso. Por isso que acredito que a primeira premissa é negociar, buscar fazer uma tratativa bilateral para encontrar uma saída", ponderou João Campos.

Já Antônio Rueda acredita que a taxação dos Estados Unidos contra o Brasil, além do viés político envolvendo a anistia concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro, também tem reflexo das atitudes do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu acho que essa postura é muito danosa para o País (de confrontar os EUA). A gente conhece o Trump, porque ele já foi presidente e sabemos como ele age. O presidente (Lula) provocou, instigou essa situação. Enquanto o mundo ocidental saiu em defesa da Ucrânia, por exemplo, o presidente da República foi lá e defendeu a Rússia. E isso sabíamos que teria um custo. Não tem como o presidente fazer isso e passar batido (pelos Estados Unidos). Agora, no Brics, ele (Lula) foi defender a exclusão do dólar como moeda de negociações entre países na comercialização de seus produtos. Não tem como Trump ficar calado... Parceiros antigos dos Estados Unidos também foram taxados, mas com o Brasil teve uma mão pesada, e Lula tem responsabilidade nisso. Cabe a ele agora, no seu papel de presidente da República, buscar dialogar (com Trump)", declarou o presidente nacional do União Brasil.

Representando o governo Federal, Renan Filho esclareceu que não falta diálogo por parte do Planalto, mas sim por parte da Casa Branca. "O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin está 20 horas por dia trabalhando nessa questão. Falou com o secretário de Comércio americano, recentemente eles falaram que o interesse é nas terras raras, nos minerais... A verdade é que as questões comerciais precisam ser discutidas, mas obviamente que o Brasil não pode substituir seu direito como nação porque uma outra nação assim deseja. Por isso foi importante o presidente Lula, inicialmente, defender a nossa soberania", enfatizou o ministro dos Transportes.

Impacto da tarifa de Trump em Pernambuco

Diante do tarifaço imposto por Donald Trump, Pernambuco deve sofrer consequências econômicas, principalmente na produção agrícola. "No caso do Vale do São Francisco, no Sertão do Estado, durante três meses no ano, a exportação de manga vai para os Estados Unidos, são mais de 3.000 contêineres. Já em outros seis meses, essa produção é exportada para a Europa. Diante disso, há uma chance real que parte dessa produção significativa destina aos Estados Unidos será perdida. Você perde o preço e, com isso, uma parte entra no mercado local, uma parte ainda continua indo para os Estados Unidos - com preços mais altos -, e também pode-se buscar nesse período de negociação das taxas algum pequeno mercado. Mas sem dúvidas que uma parte significativa será perdida", explicou João Campos.

* O repórter viajou a convite da Expert XP

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