Cena Política: Humberto Costa condiciona aliança estadual a apoio a Lula e prevê eleição disputada para o Senado
Em entrevista ao videocast Cena Política, do JC Play, senador disse que PT estuda cenário estadual antes de declarar apoio a João ou Raquel

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O senador Humberto Costa (PT) afirmou que o Partido dos Trabalhadores está realizando um diagnóstico detalhado do cenário eleitoral em cada estado, mapeando a situação do partido, aliados e adversários para iniciar as articulações a respeito da eleição de 2026.
Em entrevista ao videocast Cena Política, do JC Play, nesta sexta-feira (18), o parlamentar, que ocupa a presidência nacional do PT, declarou que a prioridade do partido é reeleger Lula.
"A eleição para presidente da República é a nossa maior prioridade. Em seguida vem o tema Senado. Mas mesmo o Senado ou Governo, tudo isso está condicionado a essa primeira prioridade".
Em relação ao xadrez político estadual, Humberto admite que ainda não há definição sobre qual rumo o PT tomará em Pernambuco. “Até o presente momento não avançamos em nenhuma conversa no estado de Pernambuco. Tem uma parcela do partido que prefere aliança com o prefeito João Campos, tem uma parcela que deseja aliança com a governadora Raquel Lyra. Mas a primeira coisa é que a partir do momento em que nós definirmos essa questão, o partido todo vai marchar junto com essa proposta.”
Humberto também pondera sobre a histórica aliança entre PT e PSB. “Temos uma relação de muitos anos com o PSB, histórica. Essa relação já teve tapas e beijos, então é um caminho que não há como não cogitar. E por outro lado não sabemos o que a governadora vai fazer em termos nacionais, se ela apoia o nome do presidente Lula".
Ele também afirmou que mantém uma relação de respeito e cooperação com Raquel Lyra, considerando o trabalho realizado por ela no estado como positivo, ainda que tenha criticado a articulação política do Executivo com a Alepe.
“Já fizemos algumas parcerias importantes, tenho ajudado em algumas ações. Tenho muito respeito por ela, então isso é uma coisa natural. Assim como eu tenho com o prefeito do Recife uma relação amistosa, também tenho ajudado o município. Isso é do meu trabalho institucional como senador.”
Quanto a um eventual apoio a Raquel, ele destacou que a aliança passará, antes de tudo, pelo apoio a Lula. “Tem uma questão que para nós é crucial: vai estar com Lula ou não? A discussão começa por aí. Acho que vai ter o momento em que nós vamos discutir. A primeira discussão para a gente estar com um candidato ou candidata será o apoio a Lula aqui no estado".
O senador criticou a antecipação do debate eleitoral no estado e pede paciência: “O processo aqui em Pernambuco tá muito antecipado, fica essa cobrança em cima do PT. Peraí, a eleição é em outubro do ano que vem, vamos conversar.”
Eleição disputada para o Senado
Candidato à reeleição em 2026 com aval de Lula e do diretório estadual, Humberto afirmou que prevê uma eleição disputada para o Senado Federal, dada a quantidade e força política dos prováveis candidatos. O parlamentar declarou que a eleição para o governo do estado poderá influenciar diretamente a corrida pela Casa Alta.
"Havendo uma disputa muito grande para o governo, com certeza cada um vai puxar votos para o Senado, então a disputa para o Senado também vai ser forte. A eleição vai ser difícil, até porque são vários nomes que têm respeitabilidade no estado", afirmou.
Na visão dele, existe o risco a extrema direita avançar no Congresso. "Se a extrema direita tiver um candidato ou dois, e eles mantiverem o apoio histórico que têm aqui em Pernambuco, com certeza eles também estão na disputa. Nossa estratégia é eleger os dois senadores de Pernambuco ao lado de Lula. Não precisa ser do PT, porque existe o risco real de a extrema direita fazer maioria no Senado", analisou.
Costuras nacionais: MDB, PSD, PSB e a vice-presidência
A nível nacional, Humberto Costa analisou os cenários envolvendo possíveis alianças e a escolha da vice-presidência na chapa de Lula em 2026. “Especulativamente, em São Paulo o PSB tem o Márcio França que quer ser candidato, tem uma boa representatividade no estado, mas também tem o nome do Alckmin. Lógico, ele quer ficar como vice-presidente, o PSB quer que ele permaneça, mas até este momento ele teve um crescimento do nome dele nesse processo. Certamente é um nome forte para o governo do estado ou para o Senado. Tem o nome do Haddad também… nós vamos sentar para resolver isso.”
Segundo ele, partidos como o MDB e o PSD têm interesse em ocupar a vice de Lula, mas isso dependerá do cenário político em 2026. O senador revelou que houve conversas entre o MDB e o presidente Lula sobre uma possível coligação, com nomes como o governador do Pará, Helder Barbalho, e políticos do Maranhão sendo citados para a vice.
"As conversas existiam, mas no momento em que o governo passou por essa crise de popularidade... se o governo melhorar, pode ser que essa discussão melhore".
Alckmin: lealdade e atuação política destacada
Humberto fez elogios ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), destacando sua atuação no governo e seu perfil conciliador. “A gente não pode deixar de considerar, o PSB não é um partido grande nacionalmente, mas o Alckmin é um vice que tem uma qualidade diferente. É uma pessoa extremamente leal, um bom gestor.”
"Desde a campanha, pelas conversas que todo mundo tem, ele conquistou de imediato a militância do PT. E como vice-presidente, acho que é uma pessoa que cumpre bem esse papel, não é um nulo".
Humberto também defendeu o papel ativo de Alckmin no governo. “Às vezes a pessoa acha que o vice não faz nada. Ele tem uma opinião política dele, leva as opiniões dele ao presidente, administra uma pasta importante. Não havia interlocutor melhor neste momento do que Alckmin para cuidar de uma coisa como essa", declarou ao falar sobre a crise com o governo Trump.
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