Quaest: candidatura de Lula em 2026 ganha fôlego após crise com Trump
Pesquisa divulgada nesta quinta mostra aumento no apoio à candidatura de Lula em 2026. Outra fatia ainda acredita na participação de Bolsonaro.

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A pesquisa Genial Quaest divulgada nesta quinta-feira (17) revela uma melhora no apoio à possível candidatura de Lula à reeleição em 2026.
Após meses de queda na intenção de que o presidente dispute um novo mandato, a parcela dos eleitores favoráveis subiu de 32% em maio para 38% agora em julho.
É um avanço de seis pontos percentuais que interrompe a tendência de queda registrada desde março, quando o apoio havia caído de 45% para 35%.
Ao mesmo tempo, o levantamento indica uma queda na parcela de eleitores que não querem lula candidato: passou de 66% em maio para 58% agora, uma redução de oito pontos percentuais.
Esse recuo é o mais expressivo desde o início da série, interrompendo uma sequência de crescimento da rejeição à candidatura iniciada em dezembro de 2024 até atingir o pico em maio deste ano.
Os dados da pesquis amostram que a melhora na avaliação de Lula foi puxada por um avanço entre eleitores que se identificam mais à direita, mas que não são bolsonaristas. Neste grupo, o apoio à candidatura do petista subiu de 5% em maio para 10% agora, dobrando em dois meses.
A rejeição, por sua vez, caiu de 95% para 88%, sinalizando uma abertura, ainda que tímida, de parte desse eleitorado a reconsiderar sua posição.
Esses índices podem refletir uma mudança de humor no eleitorado diante da postura do presidente frente à tarifação anunciada pelo presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
A resposta do governo Lula, que foca na defesa da soberania nacional, pode ter amenizado a resistência de parte do eleitorado, que voltou a considerar com menos rigidez a possibilidade de um novo mandato.
Esse indicativo já havia sido percebido nos números divulgados na última quarta-feira (16) pelo mesmo instituto Quaest, em que a reprovação a Lula recuou entre os eleitores.
A pesquisa Quaest foi realizada presencialmente entre 10 e 14 de julho e entrevistou 2.004 eleitores com 16 anos ou mais em 120 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%.
Eleitores ainda acreditam em candidatura de Bolsonaro
A pesquisa Quaest também apontou que 62% dos entrevistados acham que Bolsonaro deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro candidato. O índice caiu três pontos em relação à pesquisa anterior, de maio.
Ao mesmo tempo, o apoio à manutenção da candidatura subiu de 26% a 28% no mesmo período, ainda que o ex-presidente esteja inelegível.
Para substituir Bolsonaro no pleito, Tarcísio de Freitas apareceu novamente como o principal nome da direita, somando agora 15%, dois pontos percentuais a menos do que em maio.
Michelle Bolsonaro também caiu, três pontos, e ficou na segunda posição, com 13%. Na sequência, aparece Ratinho Júnior, com 9.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, filho de Jair, obteve uma melhora significativa e apareceu como quarto melhor nome para substituir o pai.
Voz que lidera o coro em apoio à tarifação de Trump, ele dobrou o resultado e maio e alcançou 8 pontos em julho. O salto foi impulsionado especialmente pela ala bolsonarista.
Completam o ranking Pablo Marçal, Eduardo Leite, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, respectivamente.