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Políticos brasileiros deixam Israel em meio a tensão com Irã e desembarcam em Natal

Autoridades chegaram no Brasil nesta quarta-feira (18), após dois dias de deslocamento; Grupo deixou Israel em um ônibus até a Jordânia

Por Estadão Conteúdo, Pedro Beija Publicado em 18/06/2025 às 14:32 | Atualizado em 18/06/2025 às 18:41

*Com informações de Estadão Conteúdo

A comitiva de autoridades brasileiras que estava em Israel durante o agravamento do conflito com o Irã desembarcou na manhã desta quarta-feira (18) no Aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte. O grupo deixou o território israelense após o início dos ataques aéreos entre os dois países no último fim de semana.

Ao todo, 12 políticos e representantes de instituições participaram do deslocamento, que foi realizado em um voo fretado com escalas na Espanha e em Cabo Verde.

Estavam na comitiva as seguintes autoridades:

  • Álvaro Damião (União Brasil), prefeito de Belo Horizonte (MG);
  • Cícero Lucena (PP), prefeito de João Pessoa (PB);
  • Johnny Maycon (PL), prefeito de Nova Friburgo (RJ);
  • Welberth Porto (Cidadania), prefeito de Macaé (RJ);
  • Cláudia da Silva (Avante), vice-prefeita de Goiânia (GO)
  • Janete Aparecida (Avante), vice-prefeita de Divinópolis (MG)
  • Flávio Guimarães (PSD), vereador do Rio de Janeiro (RJ)
  • Márcio Lobato, secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
  • Gilson Chagas, secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
  • Francisco Vagner, secretário de Planejamento de Natal (RN)
  • Davi de Matos, chefe executivo do Civitas (Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro)
  • Francisco Nélio, tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios (CNM)

Grupo precisou de dois dias para deixar Israel

A saída de Israel ocorreu na segunda-feira (16), após negociações com apoio do senador Carlos Viana (Podemos-MG), do Ministério das Relações Exteriores e da embaixada de Israel em Brasília. O grupo deixou o país de ônibus em direção à Jordânia e, de lá, seguiu por via terrestre para a Arábia Saudita. Na cidade de Tabuk, embarcou em um avião fretado com paradas em Mallorca, na Espanha, e na Ilha do Sal, em Cabo Verde. O voo da Ilha do Sal para o Brasil durou cerca de três horas.

O deslocamento foi organizado após três dias de espaço aéreo fechado em Israel. Embora a Força Aérea Brasileira tenha se colocado à disposição para auxiliar no retorno, o prefeito Cícero Lucena optou por fretar uma aeronave particular. A logística foi coordenada por seu filho, o deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), que também organizou o trajeto terrestre entre Jordânia e Arábia Saudita.

Durante a estadia em Israel, os políticos participavam de eventos relacionados a gestão pública. O secretário de Planejamento de Natal, Francisco Vagner, relatou que foi convidado pelo governo israelense para conhecer tecnologias nas áreas de segurança, educação e cidades inteligentes.

Em meio ao conflito, os integrantes da comitiva precisaram se abrigar em bunkers após os primeiros ataques. A chegada ao Brasil foi marcada por alívio e comemoração.

“Depois de 51 horas de itinerário, pousamos em solo brasileiro”, escreveu o prefeito de Macaé, Welberth Porto.

Já o prefeito Johnny Maycon publicou vídeo do desembarque com aplausos da comitiva e declarou ter vivido dias de "angústia profunda e incertezas".

Segundo grupo de autoridades e políticos aguarda oferta de voos na Jordânia para voltar ao Brasil

O último grupo de autoridades e políticos brasileiros que estava em Israel quando o país iniciou os ataques contra o Irã, no dia 12 de junho, conseguiu cruzar a fronteira com a Jordânia nesta quarta-feira. O Itamaraty confirmou que a comitiva de 27 pessoas se deslocou por via terrestre.

Os políticos viajaram por terra até Amã, capital da Jordânia, onde o espaço aéreo está aberto. Lá, as autoridades vão embarcar em voos comerciais para retornarem ao Brasil. Alguns membros da comitiva precisarão pernoitar em Amã a depender da oferta de voos no aeroporto da capital jordaniana nos próximos dias.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, toda a operação de evacuação do grupo foi custeada por Israel e teve auxílio da diplomacia da Jordânia.

"A operação foi viabilizada a partir de estreita coordenação mantida pessoalmente pelo Ministro das Relações Exteriores junto a seu homólogo jordaniano ao longo do último fim de semana. As Embaixadas do Brasil em Amã e em Tel Aviv têm prestado apoio ao grupo e acompanhado de perto seus deslocamentos", diz o Itamaraty em nota.

As autoridades brasileiras viajaram a convite do governo israelense para um evento de segurança pública no país. As comitivas precisaram se abrigar em bunkers devido aos ataques israelenses contra o Irã. A ação militar começou na noite de 12 de junho (horário do Brasil), e continuou na sexta-feira, 13.

O Itamaraty afirmou ainda que segue acompanhando a situação dos demais brasileiros que ainda estão em Israel e reforçou alerta para evitar viagens ao país.

"A Embaixada do Brasil em Israel mantém, desde outubro de 2023, alerta consular que desaconselha toda viagem não essencial àquele país e recomenda, desde então, que os brasileiros e brasileiras que se encontravam em Israel considerassem deixar o país. Naquele mês, um total de 1.413 brasileiros foi evacuado de Israel em aeronaves da Força Aérea Brasileira."

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